EUA prometem US$ 2 bi à ONU para ajuda humanitária em 2026

Crianças brincam perto do lixo em frente à sede fechada da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), na Cidade de Gaza, em 20 de maio de 2025, em meio à guerra em curso entre Israel e o movimento militante palestino Hamas. Israel, impulsionando uma ofensiva militar recentemente expandida na Faixa de Gaza, tem enfrentado crescente pressão, inclusive de um dos principais apoiadores, os Estados Unidos, para pôr fim ao bloqueio de ajuda humanitária imposto em 2 de março. (Foto de Bashar TALEB / AFP)

Os Estados Unidos prometeram, nesta segunda-feira (29), dois bilhões de dólares (11,08 bilhões de reais) para a ajuda humanitária da ONU em 2026, um valor muito abaixo do destinado nos últimos anos, em um contexto de cortes drásticos na ajuda externa determinados pelo presidente Donald Trump.

Um funcionário do Departamento de Estado confirmou a informação divulgada por outros meios, e está previsto que seja oficializada ao longo do dia em uma coletiva de imprensa da representação americana em Genebra, na presença do chefe das operações humanitárias da ONU, Tom Fletcher.

Em 2025, o apelo humanitário da ONU, de mais de 45 bilhões de dólares (249 bilhões de reais), foi financiado com pouco mais de 12 bilhões (66 bilhões de reais), o montante mais baixo em uma década, segundo as Nações Unidas. Esses fundos permitiram ajudar apenas 98 milhões de pessoas, ou seja, 25 milhões a menos que no ano anterior.

No início de dezembro, a ONU criticou a “apatia” do mundo diante do sofrimento de milhões de pessoas em todo o planeta, ao lançar um apelo humanitário para 2026.

Enquanto cerca de 240 milhões de pessoas, vítimas de guerras, epidemias, terremotos ou do impacto das mudanças climáticas, precisam de ajuda urgente, a ONU necessita de 33 milhões de dólares (182 milhões de reais) para apoiar 135 milhões delas em 2026 em Gaza, Sudão, Haiti, Mianmar, República Democrática do Congo e Ucrânia.

No entanto, Fletcher apresentou um plano ajustado que solicita 23 bilhões de dólares (127 bilhões de reais) para atender pelo menos 87 milhões das pessoas em maior perigo.

Esse plano “hiperpriorizado”, que também prevê reformas para melhorar a eficácia do sistema humanitário, está “baseado em decisões insustentáveis de vida ou morte”, comentou então Fletcher. Sua expectativa era de que essas “decisões difíceis” servissem para convencer os americanos a voltarem.

Segundo os números da ONU, os Estados Unidos mantiveram-se em 2025 como o principal país doador dos programas humanitários no mundo, mas com uma queda significativa: 2,7 bilhões de dólares (14,95 bilhões de reais), frente a 11 bilhões (60 bilhões de reais) em 2024.

Entre as crises às quais a ONU quer dar prioridade em 2026 estão Gaza e Cisjordânia, para as quais a ONU reivindica 4,1 bilhões de dólares (22,7 bilhões de reais), com os quais assistiria 3 milhões de pessoas; e Sudão (2,9 bilhões de dólares ou 16 bilhões de reais para 20 milhões de pessoas).

*Com AFP 

 

 

Fonte: Jovem Pan News

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