Com ‘ajuda’ de fraude do INSS, cobranças indevidas lideram queixas no Procon de Dourados
As cobranças feitas de forma indevida, seja de serviços não contratados, duplicidade ou até taxas não previstas, por exemplo, colocam as questões financeiras no topo do ranking de reclamações no Procon (Programa Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor) em Dourados. Além de bancos, empresas de telefonia e concessionária de serviço público, esses números também aumentaram com ajuda das queixas de descontos fraudulentos na aposentadoria, que levaram a investigações no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
“Muitas cobranças, porque foram indevidas, reclamadas aqui no Procon, se referem a essa cobrança realmente, referentes a esses lançamentos nos benefícios previdenciários, porque principalmente esse grande número foi nesse ano de 2025. Claro que agora os consumidores idosos têm conseguido a restituição desses valores, mas houve muitas reclamações esse ano 2025 relacionado a isso sim”, explica o diretor-presidente do Procon no município, Lenilson Almeida da Silva.
Somente este ano, foram 2.274 queixas de cobranças de valores indevidos, relacionados a empresas e instituições de setores diversos, somadas as que envolvem cartões não solicitados, pedidos de pagamento após cancelamento de serviço ou para devolução de produto, tarifas e taxas não previstas, duplicidade ou serviço não oferecido ou não contratado, entre outros. Esse volume é 19,2% maior do que o registrado no ano passado.
Segundo Lenilson, ao perceber um débito suspeito, o consumidor deve primeiro entrar em contato com a empresa ou instituição. Se constatado o problema, pode ser acionado o Procon, que aciona o responsável para restituição do valor.
Depois das cobranças irregulares, estão no ranking as vendas enganosas ou ofertas não cumpridas somando 429 queixas, sendo 7,5% a mais do que em 2024.
Dificuldade para cancelar serviço aumentou 555%
Lenilson Almeida da Silva, diretor-presidente do Procon no município – Foto: Clara Medeiros/Dourados News
No entanto, um dado que chama a atenção é a dificuldade dos consumidores de cancelar serviços, foram 380 reclamações desse gênero, volume 555% maior do que no ano passado, quando foram registradas somente 58.
Entre as circunstâncias mais frequentes, está a dificuldade de cancelar a compra de imóveis em loteamentos. “O consumidor por algum motivo não quer continuar o contrato, ele pede a rescisão e ele não consegue tanto a rescisão, quanto a devolução do valor que ele teria direito a receber”, complementa Silva.
Apesar desses casos do ramo imobiliário, o setor de telefonia ainda é o que mais tenta impedir o fim do relacionamento com o cliente, colocando obstáculos para o encerramento de planos ou à portabilidade. Também cobra com frequência valores diferentes do ofertado.
No entanto, a telefonia que já foi o principal alvo de queixas ao Procon, tem dado cada vez mais espaço às instituições financeiras, que correspondem a praticamente metade das empresas que sofreram reclamações. Entre as dez primeiras colocadas no ‘ranking’ deste ano, seis são bancos (um deles em primeiro lugar), três operadoras de telefonia e a concessionária de energia elétrica que atende o Estado.
Entre as demais queixas que chegaram este ano ao Procon, estão as dificuldades para renegociação ou parcelamento de dívida (327); devolução de valores pagos (276); negativação indevida (154); serviço não realizado no prazo (68); demora na entrega do produto (79); demora no atendimento (59); clonagem, fraude, furto ou roubo (41); má qualidade no atendimento (32) ou no serviço (30); cobrança submetendo a ofensa ou constrangimento (22); multa abusiva (3); publicidade abusiva ou ofensiva (2).
Hoje, dia 30, foi o último de 2025 com atendimento presencial no Procon, na Rua Joaquim Teixeira Alves, nº 772, no bairro Jardim América. As atividades retomam na próxima segunda-feira, dia 5 de janeiro de 2026. O consumidor também pode entrar em contato através do telefone (67) 2222 1539 ou do site, acesse clicando aqui.
Fonte: Dourados News
Comentários