Na última quarta-feira (20), o presidente russo Vladimir Putin fez um discurso na TV após a Rússia testar com sucesso um novo míssil nuclear balístico intercontinental oficialmente chamado de RS-28 Sarmat e apelidado de ‘Satanás II’ pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Segundo Putin, o míssil é capaz de lançar 15 ogivas nucleares em qualquer lugar do mundo e faz qualquer país “pensar duas vezes” antes de fazer ameaças contra a Rússia pois a arma “é capaz de superar todos os meios modernos de defesa antimísseis”.
O artefato tem 35,3 metros de comprimento e pesa 220 toneladas. Ele começou a ser desenvolvido em 2000 para substituir o R-36 ou Voevoda da era Sovet, apelidado de ‘Satanás’ pela OTAN, que pode transportar até 10 ogivas nucleares leves em uma matriz conhecida como MIRV (Multiple Independently Targetable Re-Entry Vehicles).
Segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos EUA (CSIS), o novo míssil ampliou para 15 ogivas e tem um alcance estimado entre 10.000 a 18.000 km. Já o Voevoda tem alcance de 10.200 a 16.000 km.
Putin também enfatizou que as peças do RS-28 Sarmat são fabricadas exclusivamente na Rússia, o que, de acordo com ele, tornará sua produção em massa “mais fácil e acelerará o processo de fornecê-las para a Força de Mísseis Estratégicos [do país]”.
O ‘Satanás II’ foi lançado do Cosmódromo de Plesetsk e suas “ogivas de prática” atingiram alvos designados no Campo de Testes de Mísseis Kura, na Península de Kamchatka.
Estados Unidos minimiza teste russo
John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, publicou um comunicado minimizando o teste russo com o RS-28 Sarmat. “A Rússia notificou adequadamente os Estados Unidos sob suas obrigações do tratado New START que planejava testar este ICBM. Tais testes são rotineiros e não foram uma surpresa. Não consideramos o teste uma ameaça para os Estados Unidos ou seus aliados. O Departamento continua focado na agressão ilegal e não provocada da Rússia contra a Ucrânia”.
Vale lembrar que os EUA realizaram 17 testes de mísseis hipersônicos diferentes desde 2010. Dez deles falharam, mas o último foi um sucesso: um míssil Lockheed Martin desenvolvido Hypersonic Air-breathing Weapon Concept (HAWC) e que foi disparado em março deste ano.
Fonte: Olhar Digital
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