Ministro fez referência à declaração do presidente da República, que assegurou que as Forças Armadas não querem atacar as urnas eletrônicas
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 13, que não permitirá a “subversão do processo eleitoral” e que, para isso, terão que tirá-lo da cadeira de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Durante a sua participação no Congresso Brasileiro de Magistrados, em Salvador, o magistrado rebateu, mais uma vez, uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Dizem que falo de fantasma. A violência tem gênero, números e graus. Não é um fantasma, não é assombração. A violência no Brasil é assombrosa, é trágica, é terrível” iniciou o ministro sobre o que classificou como “realidade pavorosa” que vive o país.
“A violência contra a imprensa e seus imprescindíveis profissionais, as ameaças à integridade física de magistrados e de seus familiares e os ataques das milícias digitais geradoras de insegurança cibernética. E o que é ainda mais triste: a bestialidade moral e simbólica dos discursos de ódio. A desinformação também tem forma, nome e origem. Não é fantasma. Não é um espectro, é um fato evidente”. completou. A declaração é uma resposta ao chefe do Executivo, que disse em sua live semanal na quinta-feira, 12, que não sabia de onde Fachin estava “tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir nas eleições”.
Não é a primeira vez que o ministro e o presidente trocam farpas indiretas. Após Bolsonaro declarar as Forças Armadas não vão participar das eleições apenas como expectadoras, o magistrado reforçou que quem cuida do pleito são as “forças desarmadas“. Nesta sexta-feira, Fachin deu mais um pronunciamento defendendo a soberania da Justiça Eleitoral no processo. “Nenhuma instituição ou autoridade a Constituição permite os poderes que são próprios e exclusivos da Justiça Eleitoral. Não permitiremos a subversão do processo eleitoral — e digo com todas as letras, para que não tenham dúvida: para remover a Justiça Eleitoral de suas funções terão que antes remover este presidente da sua presidência. Não cederemos”, frisou Fachin. “Diálogo sim, joelhos dobrados por submissão, jamais.”
Fonte: Jovem Pan News
Comentários