Ministro das Relações Exteriores criticou a ação do Tribunal Superior Eleitoral em convidar a União Europeia para uma missão durante o pleito nacional
O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, participou nesta quarta-feira, 18, de uma audiência na Comissão Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados, e opinou sobre a possibilidade de observadores da União Europeia (UE) acompanharem as eleições brasileiras. Segundo o comandante da pasta, o aceno aos europeus causa “certa estranheza”. “Inclusive foi objeto da minha nota [comunicado sobre a proposta], porque eu acho difícil que nós possamos ter como observador eleitoral no Brasil uma organização da qual nós não fazemos parte”, argumentou.
França ressaltou que a União Europeia não costuma, inclusive, desdobrar missões eleitorais para seus próprios membros. “Nós tivemos recentemente eleições em Portugal, na Hungria, e não houve lá uma missão eleitoral”, alegou. O chefe do Itamaraty também pontuou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não interferiu na decisão do Ministério em se opor ao convite realizado aos europeus e negou que o posicionamento pode prejudicar a relação entre Brasil e países da UE. “O presidente sequer chegou a tomar conhecimento desse assunto porque ele não é de alçada da Presidência da República, é um acordo que se faz entre o Itamaraty e essa organização internacional que venha a fazer esse trabalho de observação. Eu acho que nós aqui podemos, sim, trabalhar com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e com outros organismos, ter esse cuidado de observação eleitoral sem depender, vamos dizer, de uma organização que, digo, estranhamente, com seus próprios membros, não desdobra a missão eleitoral”, concluiu o ministro.
Na tarde da última terça-feira, 17, o presidente do TSE, Edson Fachin, alegou que os planos da Corte é contar com uma centena de observadores internacionais – incluso a participação de europeus – para que as missões ocorram durante as eleições brasileiras. Segundo o ministro, a medida visa “garantir a vinda ao Brasil, antes e durante as eleições, não apenas dos organismos que já mencionamos – Organização dos Estados Americanos (OEA), o Parlamento do Mercosul, a Rede Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outros -, mas de diversas autoridades europeias e de outros continentes que tenham interesse em acompanhar de perto o processo eleitoral brasileiro de outubro próximo”.
Fonte: Jovem Pan News
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