Presidente da Comissão de Educação do Senado Federal falou sobre a prisão do ex-ministro e dos dois pastores investigados
O senador Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, concedeu uma entrevista sobre a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, na manhã desta quarta-feira, 22, em uma operação da Polícia Federal sob suspeitas de corrupção. Para ele, apesar de os parlamentares não terem conseguido o número mínimo de assinaturas para pedir a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o caso, há “indícios muito fortes (…) de um escândalo sem precedentes na história do Brasil”, disse.
“A dedução que a gente tira é de que o ministro fazia reuniões com prefeitos ladeado dos dois pastores, com o presidente do FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação], como dizendo assim: ‘nós estamos respaldando’. E, depois, os pastores iam achacar os prefeitos com as propostas mais indecorosas. Então, quem procede assim, evidentemente, tem que estar sujeito ao rigor da lei. São prisões que foram determinadas pela Justiça. E a gente quer crer que a Justiça tenha dados realmente robustos, porque nós não conseguimos fazer a CPI, mas temos indícios muito fortes, denúncias muito fortes, de um escândalo sem precedentes na história do Brasil, com recursos que deveriam ser sagrados, porque estamos tratando aqui do bem maior que uma nação pode ter, que é a sua cultura, o seu conhecimento, o seu preparo intelectual”, afirmou Castro.
“Nós temos dois ângulos para olhar. Um é de que a Polícia Federal está efetivamente investigando, a prova é que a PF deve ter encontrado coisas muito graves para o juiz determinar a prisão de um pastor evangélico, ex-ministro da Educação, não é qualquer pessoa. E ainda mais, uma prisão preventiva, que não tem prazo para concluir, uma prisão indeterminada, que depois o juiz vai dizer pelo tempo que deve ficar [preso]”, completou o senador.
Castro ainda comentou que, a partir do que os prefeitos relataram na Comissão de Educação do Senado Federal, o caso de corrupção que mais chamou a atenção foi um pedido de barras de ouro para um dos prefeitos. “O mais grave, que mais chamou a atenção foi esse da barra de ouro. É uma coisa inusitada: ‘olha, prefeito, você é de uma região de garimpo, então, se você me der R$ 30 mil, eu empenho o seu recurso’. Absolutamente desnecessário, porque para o prefeito fazer uma proposta no FNDE, não precisa de intermediário. Mas ele já queria receber logo R$ 30 mil, R$ 40 mil, para poder cadastrar a proposta. ‘E quando o empenho for efetivado, você me dá uma barra de ouro’. Isso é uma coisa escandalosa. Isso foi o que mais chamou a atenção, mas também teve compra de bíblias, recursos para igrejas… O mais importante que temos que ver é como que dois pastores, que não são servidores, não ocupam cargos públicos, nem no FNDE e nem no Ministério, que não têm nenhuma função pública, vão intermediar recursos públicos. Isso é um descalabro administrativo, incabível, inaceitável”, finalizou.
Fonte: Jovem Pan News
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