Sexta-feira, Novembro 22, 2024
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Cortejado por Lula e Bolsonaro, Kassab se equilibra no meio da polarização e quer expandir bancada do PSD

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De olho na eleição para o Legislativo, sigla do ex-ministro ocupará posições de destaques nos palanques dos candidatos que polarizam a disputa presidencial em São Paulo e Minas

Entre as mais proeminentes figuras de Brasília, o ex-ministro dos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB) e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, é visto como um articulador hábil, capaz, inclusive, de antecipar os rumos da política. Nos últimos meses, o dirigente viu naufragar seus planos de construir uma candidatura própria à Presidência da República e ouviu de correligionários o apelo para que os diretórios fossem liberados para fechar os apoios que bem entendessem com os principais postulantes ao Palácio do Planalto, em um movimento que resultou na sugestão de neutralidade da sigla na eleição presidencial, oficializada na quinta-feira, 14. “Não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido. Diante das opções existentes, haveria preferências diversas”, disse em nota publicada nas redes sociais. No decorrer das tratativas, Kassab resistiu às investidas da cúpula do PT, que tentou selar uma aliança com o cacique ainda no primeiro turno, e não mediu esforços para tentar se equilibrar no meio da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PT), a fim de garantir que o seu principal objetivo – expandir a bancada da legenda na Câmara dos Deputados – seja alcançado.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o PSD caminhará com o bolsonarismo. O ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD) desistiu de sua pré-candidatura e foi indicado para o posto de vice-governador na chapa do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas. “É uma chapa que vai poder oferecer para São Paulo o que há de melhor caso vença as eleições“, defendeu Kassab à Jovem Pan News. Em Minas Gerais, Estado com o segundo maior número de eleitores, o arranjo caminha na direção contrária. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato da sigla ao governo mineiro, terá o PT, na figura do deputado estadual André Quintão, ocupando a vaga de vice-governador. Em Minas, o caso é ainda mais emblemático: o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), cotado duas vezes para assumir a liderança do governo Bolsonaro no Senado, terá o apoio do PT para buscar a reeleição na Casa Alta. “Bom mesmo vai ser quando tivermos o Alexandre Kalil como governador e o presidente Lula de volta para Minas e o Brasil voltarem a sorrir”, escreveu Silveira no Twitter nesta sexta-feira, 15. “Vou caminhar com Lula para ganhar a eleição no fim do ano. […] Nós vamos colocar essa gente para fora, nós vamos colocar o genocida de Brasília para fora”, disse Kalil na ocupação Rosa Leão, na capital mineira, no início do mês. No Rio de Janeiro, o PSD vai caminhar com o PDT, de Ciro Gomes. Prefeito do Rio de Janeiro e presidente do diretório fluminense, Eduardo Paes selou apoio ao ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT).

No Norte do país, o PSD estará com Lula no Amazonas e no Pará. Por outro lado, o senador Marcos Rogério (PL-RO) e o governador de Roraima, Antônio Denarium (Progressistas), aliados de Bolsonaro, terão os pessedistas em seus palanques. No Nordeste, onde o eleitorado é eminentemente lulista, a sigla estará com os candidatos simpatizantes ao PT na Bahia, no Piauí, na Paraíba, em Pernambuco e em Sergipe. No Centro-Oeste, Lula fechou um acordo com o senador Carlos Fávaro (PSD), para quem “os avanços foram muito maiores na administração do presidente Lula”, enquanto Bolsonaro deve se beneficiar do apoio do PSD ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), crítico das gestões petistas. Nos três Estados da região Sul, o apoio ao presidente da República é consolidado. Nos cálculos de Kassab, tanto Lula quanto Bolsonaro têm o endosso do PSD em cerca de dez Estados. Ele, no entanto, minimiza a divisão e costuma dizer que, em um partido de centro, é normal que alguns fiquem mais à direita e outros à esquerda.

Na nota divulgada na quinta-feira, 14, porém, o ex-ministro afirma que “no momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilhei minha preferência pessoal para este pleito”. Em fevereiro deste ano, em entrevista à CNN Brasil, Kassab foi textual ao dizer que seu partido não apoiará a reeleição de Bolsonaro. Líderes do PT têm essa mesma convicção e, apesar da atual divisão, contam com o apoio do cacique partidário em um segundo turno, quando o destino de deputados, de senadores e do próprio PSD estarão selados nas urnas.

Fonte: Jovem Pan News

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