Documento assinado por Paulo Pimenta defende união com o tucano para ‘derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo’; em 2018, ex-governador declarou ‘apoio crítico’ ao atual presidente
O diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio Grande do Sul anunciou apoio à candidatura de Eduardo Leite (PSDB) no segundo turno das eleições de 2022. Em nota compartilhada nas redes sociais nesta segunda-feira, 24, a legenda afirma que “compreendendo o momento político em que vivemos”, o diretório decidiu recomendar “voto crítico” ao tucano no próximo domingo, 30, defendendo que o gesto seja repetidos por todos aqueles que estão comprometidos com a democracia. “Se unam para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo neste segundo turno. Fazemos um chamamento, neste sentido, aos apoiadores da candidatura de Eduardo Leite”, afirma o comunicado, que também incentiva votos dos apoiadores tucanos no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República.
O comunicado também reforça divergências com Eduardo Leite e o diretório do PT chega a afirmar que são “projetos políticos distintos”, citando oposição a privatizações, adesão ao regime de recuperação fiscal e taxação de aposentados e pensionistas como exemplos programáticos das diferenças. “Mas, agora é hora de defender o Brasil e o Rio Grande da ameaça representada pelas candidaturas de Bolsonaro e Onyx”, diz o texto, assinado por Paulo Pimenta, presidente do PT-RS. Como a Jovem Pan mostrou, Leite tem adotado um posicionamento neutro no segundo turno com objetivo de angariar votos de seu adversário, o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao mesmo tempo, entre aliados do tucano a expectativa é que os votos de Edegar Pretto (PT), que ficou em terceiro lugar, sejam transferidos a Leite, garantindo a vitória no segundo turno.
Em linhas gerais, o posicionamento do diretório petista no Rio Grande do Sul se assemelha ao movimento encabeçado pelo próprio Eduardo Leite em 2018, quando anunciou “apoio crítico” a Bolsonaro no segundo turno, defendendo a candidatura do então deputado federal por “por não haver hipótese” de apoiar o Partido dos Trabalhadores. “(O PT) foi um caminho que quebrou o Brasil, gerou desemprego. Por essa exclusão, estamos dispostos a construir com a candidatura de Jair Bolsonaro”, disse o candidato no pleito passado. Agora, ainda que em sentido oposto, o voto de confiança dos petistas ao governo tucano também se baseiam no apoio – ainda que crítico – para rejeitar um dos concorrentes, no caso, Onyx Lorenzoni, ex-ministro do Trabalhado e braço direito do presidente. “Entendemos que todos os democratas devem ter como compromisso primeiro a defesa da Democracia e o combate às candidaturas que representam o atraso bolsonarista”, conclui.
Fonte: Jovem Pan News
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