Com a transformação digital que ocorreu nos últimos anos, principalmente causada pela pandemia do Covid-19, os recursos oferecidos pelos data centers se tornaram indispensáveis para as empresas e para a sociedade em geral, por armazenar aplicativos, serviços e dados essenciais para a vida moderna.
Para comportar essa alta demanda, no entanto, o mercado precisa enfrentar alguns desafios, como a urgência em construir centros de dados mais sustentáveis.
O uso de data centers é responsável por um percentual relevante no consumo de energia em todo o mundo, por emitir uma grande quantidade de dióxido de carbono (CO2), que é um dos principais gases do efeito estufa, ou seja, um dos maiores contribuidores das mudanças climáticas.
Uma pesquisa da Schneider Electric, líder em transformação digital de gerenciamento e automação de energia, e da consultoria de pesquisa de mercado Canalys, mostram que os parceiros de canal de TI estão investindo em estratégias de sustentabilidade, mas lutam para traduzir o investimento em ação e, por isso, não possuem uma resposta clara sobre como atingir tal objetivo. Os resultados da pesquisa mostraram que 61% das empresas são dedicadas à sustentabilidade, mas apenas um terço estabeleceu metas ESG.
Esse estudo revela que em todo o setor de TI há uma lacuna de ações de sustentabilidade. Apesar de os profissionais do segmento já entenderem a importância de criar planos e metas mensuráveis para viabilizar a mudança necessária para um futuro mais sustentável, faltam ações concretas.
Uma forma de começar a agir, é optando por materiais que emitam menos gases poluentes, que sejam mais respeitosos com o meio ambiente. O hexafluoreto de enxofre de gás (SF6), por exemplo, é um dos mais nocivos para o efeito estufa, mas era muito utilizado no passado por ter um bom desempenho no isolamento de dispositivos como os painéis ou a aparelhagem elétrica. Hoje, seu uso é praticamente inexistente, pois já está comprovado que seus pontos positivos operacionais não superam seus malefícios ao meio ambiente.
Outro ponto importante para sair do conceitual e partir para a ação no quesito ´tornar os data centers mais sustentáveis´ é a quantidade de água exorbitante que o ar-condicionado que resfria os servidores utiliza. É preciso procurar e optar por sistemas de refrigeração que não a usem ou que necessitem de menos quantidade deste recurso.
Ponto de atenção adicional é que a construção e o funcionamento dos centros de dados geram resíduos bastante significativos para o meio ambiente. Diminuir isso na cadeia de abastecimento e evitar a produção de resíduos por meio da reutilização e reciclagem é uma alternativa para ter ações mais sustentáveis.
Para resolver tais problemas, o que muitas empresas já estão projetando são os data centers verdes, construídos para ter maior eficiência energética com redução do consumo de energia e menor geração de impactos ao meio ambiente. Eles entregam os mesmos serviços e capacidades de um data center típico, mas utilizam menos energia e espaço.
O que podemos esperar dos centros de dados do futuro é que utilizem tecnologias mais sustentáveis, com métodos menos invasivos e prejudiciais ao meio ambiente. Para isso, as operadoras de energia devem considerar novas soluções para reduzir as emissões de carbono e energia desde a concepção e construção até a operação do projeto.
Estamos na torcida – e trabalhando muito – por este futuro mais sustentável!
Por Kenia Paim, diretora de Vendas Secure Power na Schneider Electric
Fonte: Olhar Digital
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