Senadora e ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), também foi acionada na representação protocolada no Ministério Público Federal (MPF)
Neste domingo, 22, deputados do PT na Câmara protocolaram uma representação criminal no Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a senadora e ex-ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami em Roraima. De acordo com a representação dos parlamentares, houve ação ou omissão dolosa do ex-presidente e outros integrantes do governo que “contribuiu de maneira decisiva para a contaminação dos rios por mercúrio” com impactos diretos na alimentação e condições de saúde dos indígenas que “sobrevivem nas áreas onde não deveria haver garimpos, legais ou ilegais”. Neste domingo, Damares rebateu críticas à atuação do Governo Federal nas terras Yanomamis em uma série de postagens na sua rede social, onde disse que seu ministério entregou o Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Contra Crianças, inclusive “reconhecendo a desnutrição como uma das mais terríveis violências contra elas, propondo ações”.
“O Plano passou a ser executado priorizando três áreas indígenas e uma delas é a área Yanomami”, defendeu a ex-ministra. Um dia após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a terras Yanomamis em Roraima, Jair Bolsonaro divulgou um posicionamento em que nega que houve descaso com a saúde dos povos indígenas em seu governo. No comunicado, divulgado via Telegram, Bolsonaro chamou as denúncias apresentadas pelo governo Lula como “mais uma farsa da esquerda”. O ex-presidente também falou em 20 ações realizadas pelo Governo Federal para atendimento de indígenas em áreas de difícil acesso. Segundo ele, “mais de 449 mil indígenas” teriam sido atendidos e equipamentos médicos teriam sido empenhados na operação.
Por determinação do Ministério da Justiça, a Polícia Federal vai investigar a denúncia de genocídio e crime ambiental contra o povo Yanomami. O Ministério da Saúde confirmou neste domingo que vai acelerar o edital de recrutamento do programa Mais Médicos, para que os profissionais possam atuar nos distritos sanitários indígenas. A pasta destaca ainda que o recrutamento seria para médicos formados no Brasil e no exterior.
*Com informações da repórter Marília Sena
Fonte: Jovem Pan News
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