Moraes fala em possível associação criminosa em decisão que autoriza prisão de Mauro Cid

Alexandre de Moraes

Investigação da Polícia Federal aponta que ao menos quatro pessoas estariam envolvidas no esquema de fraude em dados vacinais

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou na tarde desta quarta-feira, 3, o sigilo dos documentos que  envolvem a Operação Venire, da Polícia Federal, que teve como um dos alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No despacho, assinado pelo magistrado e que autorizou a prisão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Moraes cita possível associação criminosa voltada para a prática de fraudes envolvendo a inserção de dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde. “A Polícia Federal aponta a existência de uma associação criminosa com vários beneficiários, entre eles uma parlamentar federal, para a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, possibilitando aos investigados a obtenção dos benefícios do certificado de vacinação sem que, necessariamente, tenham se vacinado”, disse o ministro. Estariam diretamente envolvidos no esquema o coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, o sargento Luis Marcos dos Reis, o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros e o secretário municipal João Carlos de Sousa Brecha. “Por integrarem associação criminosa para inserir informações falsas nos sistemas informatizados do Ministério da Saúde”.

Como a Jovem Pan mostrou, a Polícia Federal (PF) investiga se o cartão de vacinação de Bolsonaro e da sua filha teriam sido fraudados através da inserção de dados falsos em sistemas do Ministério da Saúde. Com a inserção dos dados, os beneficiados eram capazes de burlar restrições sanitárias. Segundo a repórter Katiuscia Sotomayor, da Jovem Pan News, a PF apurou que dentre os certificados que foram alterados estariam o do ex-presidente e da sua filha mais nova, Laura, o que o ex-presidente nega. “Não tomei vacina. Não existe adulteração da minha parte, não tomei a vacina”, afirmou Bolsonaro. Além do político e da filha, os certificados de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente, e de sua família também teriam sido alterados. Durante a operação, Mauro Cid foi preso pelos agentes da PF, assim como outros ex-seguranças próximos a Bolsonaro. A expectativa é que Bolsonaro preste depoimento ainda nesta quarta-feira.

Fonte: Jovem Pan News

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