O TikTok ainda luta para se manter funcionando nos EUA. Mas um novo processo pode complicar ainda mais as coisas para a empresa. Isso porque um ex-executivo da ByteDance alegou que a empresa chinesa, dona do TikTok, usou bots e roubou conteúdo de outros aplicativos para aumentar engajamento na rede social.

A ação, movida pelo ex-chefe de engenharia Yintao Yu e revelada pelo The New York Times, afirma que a ByteDance demitiu Yu injustamente, após ele rejeitar as práticas da empresa. Ele também afirma que a ByteDance atuou como uma “ferramenta de propaganda útil para o Partido Comunista Chinês” e que funcionários da China podiam acessar dados dos usuários dos EUA.

Yu deixou a empresa em novembro de 2018, logo após a ByteDance renomear Musical.ly como TikTok.

Alegações contra ByteDance e TikTok

Fachada de prédio da ByteDance
(Imagem: VCG/Getty Images)

As alegações de Yu “descrevem como a ByteDance operava há cinco anos” e vêm após “vários anos de mediação”. Ainda assim, as alegações provavelmente alimentarão ainda mais o escrutínio sobre o TikTok, que enfrenta a perspectiva de proibição nacional nos EUA. Por lá, legisladores e outras autoridades alegaram que a rede social é uma ameaça à segurança nacional e que o aplicativo não é confiável para proteger dados dos usuários dos EUA.

As alegações de Yu podem intensificar essas preocupações. O processo detalha “uma unidade especial de membros do Partido Comunista Chinês” nos escritórios da ByteDance em Pequim que “orientaram como a empresa promoveu os principais valores comunistas”. Ele também alega que os funcionários da ByteDance manipularam o Douyin, a versão chinesa do TikTok, para suprimir conteúdo sobre protestos em Hong Kong e “elevar o conteúdo que expressava ódio ao Japão”.

Algumas das acusações de Yu também se relacionam diretamente ao TikTok. Ele afirma que engenheiros da ByteDance roubaram conteúdo popular de aplicativos como Instagram e Snapchat e colocaram os vídeos no TikTok. Ele também alega que a empresa usou contas de bot para otimizar as métricas de engajamento do aplicativo quando ele estava apenas começando e tentando se firmar nos EUA.

Outro lado

CEO do TikTok durante seu depoimento na Câmara dos EUA
Shou Zi Chew, CEO do TikTok, em depoimento no Congresso dos EUA (Imagem: Getty Images)

Um porta-voz da ByteDance disse ao site Engadget:

Planejamos nos opor vigorosamente ao que acreditamos serem alegações infundadas nesta reclamação. O Sr. Yu trabalhou para a ByteDance Inc. por menos de um ano e seu emprego terminou em julho de 2018. Durante seu breve período na empresa, ele trabalhou em um aplicativo chamado Flipagram, que foi descontinuado anos atrás por motivos comerciais. A ByteDance está comprometida em respeitar a propriedade intelectual de outras empresas e adquirimos dados de acordo com as práticas da indústria e nossa política global.

O TikTok tentou repetidamente minimizar seus laços com a ByteDance e a China, inclusive no depoimento do CEO Shou Zi Chew no Congresso dos EUA, realizado em março. A empresa também dedicou mais de um bilhão de dólares ao Projeto Texas, que visa isolar os dados de usuários do TikTok nos EUA do restante da ByteDance num esforço para acalmar as preocupações dos reguladores dos EUA.

Com informações de The New York Times