Ao menos oito palestinos morreram e centenas ficaram feridas nesta segunda-feira, 3, durante ataques por terra e ar realizados pelo exército de Israel à Jenin, na Cisjordânia. Essa foi a maior operação militar desde a Segunda Intifada (2000 a 2005). O Ministério da Saúde palestino informou que há notificação de 50 feridos, dez deles em estado grave. Ao menos cinco eram milicianos, de acordo com fontes locais. Em outro incidente, “um homem foi morto por disparos da ocupação (israelense) na entrada norte de Al Bireh, perto de Ramallah, o que eleva os mortos para nove”, acrescentou. De acordo com um comunicado do exército, um “soldado ficou levemente ferido por estilhaços de granada do exército (israelense) na operação” em Jenin. Na operação, que incluiu mais de dez baterias de ataques aéreos pela primeira vez desde a Segunda Intifada – participam mais de 1.000 soldados, incluindo integrantes de tropas de combate e também corpos de inteligência, parte dos quais, de maneira disfarçada. O exército de Israel diz ter prendido cerca de 20 palestino como parte de suas ações, concentradas no campo de refugiados de Y. A Autoridade Nacional Palestina (ANP) condenou a operação militar sobre Jenin, a classificando como “um crime de guerra” e uma “brutal agressão”. As autoridades cobraram que a comunidade internacional adote medidas contra Israel. O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, convocou para hoje uma reunião emergencial com lideranças palestina, enquanto o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, conversou com o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, para debater a “contínua agressão israelense contra o povo palestino”.
A violência aumentou no mês passado e, desde o início do ano, pelo menos 185 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano morreram, segundo um balanço com base em informações divulgadas por fontes oficiais. Paralelamente, há uma proliferação de novos grupos palestinos armados, que fazem cada vez mais ataques e deixaram 25 mortos do lado israelense, a maioria colonos – cinco deles, menores. A operação em grande escala acontece depois que, na noite de ontem, o primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, reuniu o gabinete de segurança, o que inclui o ministro da pasta, Yoav Galant; o chefe do Estado Maior, Hezi Halevi; e o da agência de segurança Shin Bet, Ronen Bar; para debater a situação na Cisjordânia. As forças israelenses afirmaram que buscam atacar uma “infraestrutura terrorista” e um “centro de operações conjuntas” que, segundo eles, serve como ponto de comando para a “Brigada Jenin”, um grupo militante local. “Estamos atacando este centro de terrorismo (em Jenin) com grande força”, disse o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, à imprensa em Jerusalém.
Em um comunicado publicado às 10h20 (4h20 no horário de Brasília), o Exército afirmou que os disparos prosseguiam no acampamento de refugiados palestinos próximo à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. As forças israelenses atacaram uma instalação de produção de armas e armazenamento de munições explosivas, disse o exército. “A cidade de Jenin e o acampamento de Jenin são atualmente uma zona de combates”, afirmou horas antes. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou que está sendo aplicada uma “estratégia proativa” contra o terrorismo. “As pessoas sabiam que provavelmente iríamos entrar, mas o método do ataque aéreo as pegou de surpresa”, declarou o tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz do Exército israelense. “Ainda estamos dentro do acampamento. Continuamos capturando armas, munições e infraestruturas”, acrescentou. Ismael Haniyeh, líder do movimento islâmico palestino Hamas, chamou a incursão israelense de “brutal”. A Jihad Islâmica palestina afirmou que “todas as opções estão abertas para atacar o inimigo (Israel) em resposta à sua agressão em Jenin”. A cidade de Jenin e o acampamento de refugiados adjacente são áreas de confrontos frequentes entre forças israelenses e militantes palestinos. O exército israelense realiza regularmente incursões no setor, que está teoricamente sob o comando do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.
Fonte: Jovem Pan News
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