A Microsoft venceu o processo movido pela FTC (Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos) nesta terça-feira (11). Com isso, a empresa de Bill Gates vai poder concluir a compra da Activision Blizzard por mais de US$70 bilhões (aproximadamente R$340 bilhões).

Para quem tem pressa:

Uma juíza da cidade de San Francisco decidiu a favor da gigante de tecnologia na ação que pedia um bloqueio preliminar da aquisição. O órgão regulador ainda pode entrar com um recurso.

Além disso, a Microsoft ainda enfrenta um processo antitruste movido pela FTC.

Microsoft e Activision

Microsoft e Activision
(Imagem: FellowNeko/Shutterstock)

Por um lado, a Microsoft pode concluir a compra da empresa por trás de franquias famosas de games – por exemplo: “Call of Duty” e “Warcraft” – a tempo de seu prazo em 18 de julho.

Por outro, ainda precisa superar o bloqueio determinado no Reino Unido e chegar a um acordo com a CMA (Autoridade de Concorrência e Mercados britânica).

A juíza Jacqueline Corley argumentou em sua decisão que a aquisição “tem sido descrita como a maior da história da tecnologia” e que, por isso, “merece escrutínio”.

Ela ainda discordou da FTC que a compra levaria a um monopólio e que o console concorrente da Sony, o PlayStation, não teria acesso à franquia “Call of Duty”, central nos argumentos do órgão.

Esse escrutínio valeu a pena: A Microsoft se comprometeu por escrito, em público e na corte, em manter ‘Call of Duty’ no PlayStation por dez anos em igualdade com o Xbox. Ela fez um acordo com a Nintendo para levar ‘Call of Duty’ ao Switch. E chegou a diversos acordos para levar pela primeira vez conteúdos da Activision a diversos serviços de jogos na nuvem.

Jacqueline Corley, juíza

Repercussão

O presidente da Microsoft, Brad Smith, comemorou a conclusão do processo.

Estamos gratos à Corte de San Francisco por esta decisão rápida e minuciosa e esperamos que outras jurisdições continuem a trabalhar em direção a uma solução em tempo. Como demonstramos consistentemente ao longo deste processo, estamos comprometidos a trabalhar criativamente e colaborativamente para lidar com preocupações regulatórias.

Ele ainda afirmou que agora a empresa “volta a focar no Reino Unido”, onde entrou com um pedido conjunto com a CMA para pausar o recurso movido pela empresa no país.

“Enquanto no fim discordamos das preocupações da CMA, estamos considerando como a transação pode ser modificada para lidar com essas preocupações de uma forma que seja aceitável para a CMA”, disse Smith.

Em comunicado, o porta-voz da FTC, Douglas Farrar, afirmou que o órgão ainda avalia os próximos passos.

Estamos decepcionados com esta conclusão considerando a ameaça clara que esta fusão oferece à competição livre em jogos na nuvem, serviços por assinatura e consoles. Nos próximos dias vamos anunciar nosso próximo passo para continuar a lutar para preservar a competição e proteger os consumidores.

Douglas Farrar, porta-voz da FTC