Uma estudante do ensino médio de Israel de 17 anos encontrou um artefato curioso durante uma atividade pedagógica de escavação em um antigo sítio arqueológico na comunidade de Usha, em Kiryat Atta, norte do país.
O objeto descoberto por Aviv Weizman, que estava em uma aula do Curso de Sobrevivência de Jovens Líderes ministrado pela arqueóloga Hanaa Abu Uqsa Abud, era uma espécie de antigo “espelho mágico contra demônios”.
Segundo uma reportagem do jornal local Haaretz, na verdade, o que a menina encontrou era apenas a moldura de cerâmica que sustentava uma placa espelhada há cerca de 1,5 mil anos, no fim do Período Bizantino, conforme estimado pela datação por radiocarbono.
Uma das teorias diz que o artefato era utilizado na catoptromancia – a arte romana de adivinhar usando espelhos. No entanto, essa não era uma prática tão difundida quanto o uso de espelhos para afastar espíritos demoníacos, um costume presente em mais de um círculo religioso na antiguidade.
Embora os arqueólogos não possam determinar categoricamente que a estrutura de argila, ornamentada com desenhos de pontas de lanças, era a moldura de uma placa espelhada para expulsar demônios, essa é a hipótese mais provável, explica Navit Popovitch, curadora da Autoridade Arqueológica de Israel (IAA).
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Outros espelhos contra maus espíritos já foram ecnontrados em Israel
Outros objetos semelhantes já foram encontrados em Israel, mas, segundo Popovitch, são achados raros. Este recém-descoberto é quase exatamente como um encontrado em Yavneh Yam em 2007, que também apresenta um anel de divisas. A moldura em que o espelho seria colocado poderia ser feita de argila, pedra ou metal. “Um feito de chumbo chegou a ser encontrado em uma cova, em forma de galo”, disse a arqueóloga.
Ela explica que pesquisas sugerem que o amuleto geralmente era colocado nas entradas das sepulturas, para quando um espírito maligno visse seu próprio reflexo, ficasse horrorizado e partisse. Assim, os mortos estariam protegidos. “Eles eram também colocados em berços de bebês ou pendurados na parede”.
No caso do refletor de mau-olhado que a jovem estudante encontrou na escavação em Usha, Popovitch diz que o espelho teria sido colado com gesso e que as marcas em torno de sua circunferência são mera decoração. “Outros encontrados em Israel do final do período romano e início do período bizantino tinham outras decorações, algumas bastante complexas”.
Popovitch explica que é possível que esses amuletos tivessem diferentes usos, inclusive por diferentes povos, de romanos e outros “pagãos” a judeus e cristãos primitivos. Em comum, todas essas populações mantinham crenças em espíritos malignos, o que reforça ainda mais a tese.
Fonte: Olhar Digital
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