Revelações durante depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos
Walter Delgatti, o hacker de Araraquara, reforçou, em seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento e solicitou a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essas alegações já haviam sido feitas por Delgatti durante sua oitiva na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. O hacker também forneceu mais detalhes sobre um encontro no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro teria pedido que ele inserisse mandados de prisão falsos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Delgatti explicou: “Eles queriam mostrar que o sistema era vulnerável… Então, tive a ideia de emitir o despacho e ordenar a prisão de Moraes, como se ele mesmo estivesse ordenando sua própria prisão.”
Além disso, Delgatti afirmou que o ex-presidente pediu que ele invadisse o sistema das urnas eletrônicas com o objetivo de criar “caos” e tentar permanecer no poder. Ele disse: “A ideia era causar caos. Desde o início, se o ex-presidente não ganhasse a eleição, ele provocaria um caos a ponto de forçar uma nova eleição ou permanecer no poder sem utilizar meios democráticos.” O depoente também revelou que foi “cooptado” pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que o havia contatado para cometer irregularidades. Delgatti declarou: “Aceitei a proposta do ex-presidente, semelhante à de Zambelli”, referindo-se ao pedido de invadir os sistemas de Justiça. Em seu depoimento à CPMI em 17 de agosto, Delgatti afirmou que aceitou o “trabalho” solicitado por Zambelli e tentou acessar os sistemas em troca de um perdão presidencial. Ele também alegou que Jair Bolsonaro ofereceu um indulto presidencial em troca da invasão das urnas, uma vez que já havia sido condenado no caso Vaza Jato, e ele concordou em participar do esquema.
Fonte: Jovem Pan News
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