A Lego considera abandonar seus planos de fabricar peças a partir de garrafas PET recicladas, em vez de plástico à base de petróleo. Isso porque a empresa teria descoberto que a troca não reduziria as emissões dos gases causadores do efeito estufa do seu processo de fabricação, segundo o IFLScience.

Para quem tem pressa:

No entanto, a empresa afirma que ainda está comprometida em produzir peças a partir de materiais sustentáveis dentro de uma década. Em entrevista ao Financial Times (FT), o CEO da Lego, Niels Christiansen, disse que a fabricante dinamarquesa de brinquedos havia “testado centenas e centenas de materiais”, mas ainda procura por um “material mágico” capaz de substituir o plástico à base de petróleo das suas pecinhas.

Em 2020, a Lego se comprometeu a fabricar todas as suas peças a partir de materiais sustentáveis até 2030. Mas a promessa tem esbarrado em alguns obstáculos.

Lego e sustentabilidade

Trabalhador de Lego carregando pecinha em chão de Lego
(Imagem: Lewis Tse/Shutterstock)

A maioria das peças clássicas da Lego é feita de acrilonitrila butadieno estireno (ABS), um polímero termoplástico derivado do petróleo.

A empresa considerava a ideia de mudar para o polietileno tereftalato reciclado (PET), outro polímero termoplástico comumente encontrado em garrafas de bebidas. Mas sua pesquisa concluiu que isso acabaria emitindo a mesma quantidade de gases do efeito estufa.

As garrafas recicladas carecem de muitas das qualidades desejadas que tornam seus blocos clássicos. Sua fabricação requer ingredientes extras para dar-lhe robustez e torná-lo seguro, além de exigir mais energia para processar e secar o material.

Uma vez considerado isso, a Lego afirma que ele se provaria tão insustentável quanto suas opções atuais. “É como tentar fazer uma bicicleta de madeira em vez de aço”, disse Tim Brooks, chefe de sustentabilidade da Lego, ao FT.

Ao Independent, um porta-voz da Lego disse:

Estamos investindo mais de US$ 1,4 bilhão de dólares [aproximadamente R$ 7,25 bilhões] em iniciativas de sustentabilidade nos quatro anos até 2025 como parte de nossos esforços para fazer a transição para materiais mais sustentáveis e reduzir nossas emissões de carbono em 37% até 2032.