A Jovem Pan News falou nesta quinta-feira, 12, com o empresário Mauro Rosenzsjazn, brasileiro que vive em Israel e presenciou o horror dos ataques do Hamas no último sábado, 7. Ele mora na cidade de Modi’in com a mulher os três filhos, um menino de 14 anos, uma menina de 10 e caçula, de 9. Quando tudo começou, Mauro estava indo com os dois filhos para a sinagoga e, inicialmente, achou que era mais um bombardeio infrutífero do grupo terrorista palestino — o sistema antibombas de Israel é um dos melhores do mundo e costuma neutralizar os disparos inimigos. “Mas a intensidade era tanto que, em dois minutos, percebemos que acontecia algo diferente”, relatou.
“Estava com meus dois meninos. E a pergunta era: “Papai, o que está acontecendo?”. A reposta: “Estão tacando bomba na gente, e Israel está se defendendo”. A gente voltou para casa, meia hora depois tocou a sirene. Fomos para o quarto antibomba. E aí vem a pergunta da minha filha: “Papai, por que tem gente querendo nosso mal? Por que tem gente querendo matar a gente?”. São perguntas legítimas. E a resposta é muito difícil. Eu confesso para você: não é a primeira vez que ela fala isso. Não é a primeira vez que a gente vai para o quarto antibomba. A gente hoje acabou se acostumando. Foi assim que saímos do Brasil: para não nos acostumarmos com a falta de segurança”, relatou Rosenzsjazn, bastante emocionado.
O empresário também falou sobre o trauma que o atentado terrorista gerou, contando sobre a realação da sua filha com o barulho dos trovões e a conversa com um amigo que estava na rave atacada por extremistas do Hamas. “A gente teve o primeiro período de chuva do inverno. Eu estava na minha varanda, começou a chover e teve um relâmpago, um trovão. A minha filha começou a chorar: “Pai, é bomba”. Eu disse: “Não, filha, é chuva, é chuva!”. Era um barulho diferente, e ela achou que tinha estourado [uma bomba]. Eles já se acostumaram com os mísseis sendo interceptados. Não é fácil”, contou. “Ontem ou anteontem, foi meu pior dia pessoalmente. Eu conversei com uns amigos meus. Um amigo em especial estava na rave. Tem uma coisa que eu falo muito para os meus filhos: meu avô é sobrevivente do Holocausto. Eles nunca vão sentir o que é o Holocausto de perto como eu senti. Eu tive conversas com meu avô. E eles não encontraram meu avô vivo. Eu acho que agora vai acontecer uma coisa. Quem escutar das pessoas que passaram por isso diretamente, é uma coisa. Quem escutar através de televisão ou outros meios, é outra. Esse meu amigo não pode ouvir a porta bater que ele se esconde embaixo da mesa. Não pode escutar uma palavra em árabe que começa a tremer.”
Fonte: Jovem Pan News
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