O brasileiro César de Novaes mora em Ashdod, a quinta maior cidade de Israel, localizada a cerca de 10 quilômetros da Faixa de Gaza, mas tem família espalhada pelo país. Na sua cidade, vive em um apartamento com a mulher e o filho, Bryan. A filha, o genro e os dois netos residem em Jurasalém. Já o cunhado de Novaes escolheu Tel Aviv para viver. “É pai recente, a esposa está grávida de novo”, contou o brasileiro, que trabalha no setor de logística, ao Fast News, da Jovem Pan News. Já integrado à comunidade local, ele não pensa em voltar para o Brasil, apesar dos momentos de extrema tensão que vive desde o último dia 7 de outubro. “Tem muita gente morrendo de infarto porque a tensão está muito forte. Só nós que estamos aqui sabemos o que estamos passando. Mesmo assim, Israel é o lugar mais seguro para todos os judeus. Houve esse levante para se fazer mal para os judeus no mundo inteiro. Uma pessoa do seu lado pode falar os dizeres deles e sair matando. Isso é muito grave”, disse, referindo-se à expressão árabe “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”), comumente usada por terroristas islâmicos antes de um atentado.
“É um sentimento que só quem está aqui entende. Em nenhum momento foi cogitado a possibilidade de nós sairmos de Israel. Mesmo porque criamos raízes aqui. Eu tenho netos nascidos aqui, a minha família está aqui. Nós estamos juntos nessa. Vamos passar por tudo o que temos que passar e seguiremos nossa vida. Isso vai acabar logo. Pode não ser amanhã, pode não ser depois, mas, com a graça de Deus, o mais pronto possível isso vai terminar”, declarou o brasileiro.
No dia do ataque do Hamas, César demorou para entender que Israel estava sob ataque. “A sirene tocou 6h30 no sábado, e nós demoramos um pouco para entender. Não é comum acontecer isso em um momento desses. ‘Pode ser algum teste, alguma falha’, pensei. Mas depois começamos a entender a gravidade, começamos a ver imagens. Ficamos boquiabertos, chocados. Toda hora a gente recebe uma imagem atualizada de pessoas que agora estão sendo reconhecidas. Tem corpos com partes espalhadas. Isso é muito forte. Pessoas do nosso convívio, amigos do meu filho. Foram jogadas granadas dentro de bunkers. Estamos traumatizados até agora.”
Fonte: Jovem Pan News
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