O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) adiou para esta quarta-feira, 18, a votação da resolução brasileira a respeito da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas. Na opinião do embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, a proposta está incompleta: “Do nosso ponto de vista, faltam elementos importantes lá. O Hamas, que é uma organização terrorista, não está sendo condenado como deve ser (…) Também falta lá o direito de Israel de defender os israelenses e o território israelense. Do nosso ponto de vista, não está cobrando todos os assuntos que tem que cobrar depois que sabemos o que o Hamas iniciou e está fazendo na Faixa de Gaza nesses dias”. Na resolução, está a “condenação inequívoca” do Hamas por seus ataques a Israel, a libertação “imediata e incondicional” de todos os reféns civis, a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU se desloquem para o sul de Gaza e pausas humanitárias para permitir o acesso à ajuda durante o conflito.
O diplomata também comentou a reação da embaixada de Israel contra a nota do PT publicada nesta terça, 17, sobre o ataque a um hospital em Gaza: “Sobre o PT, eles publicaram algo muito rápido depois que esta tragédia aconteceu, sem saber os fatos, a verdade e a realidade. Não quero entrar em discussão com eles (…) Acusaram Israel e Hamas do mesmo jeito. Eu acho que essa não foi a maneira certa de ver essa situação. O fato é que o PT tem simpatia por palestinos, ok, nós sabemos disso. Acho que nesse caso eles não fizeram a separação entre o Hamas, organização terrorista, e a causa palestina. Acusar Israel do mesmo jeito que uma organização terrorista é uma coisa que não tem lugar nesta discussão pública”, declarou. Ainda não se sabe quem foi o autor do bombardeio, que deixou ao menos 471 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Zonshine ainda falou sobre a situação dos brasileiros refugiados do sul de Gaza, que aguardam liberação da fronteira com o Egito para serem resgatados pelo governo brasileiro.
“Isso não depende totalmente de Israel, quem está controlando a Faixa de Gaza é o Hamas. A parte humanitária não é só água e medicamentos, também tem os reféns israelenses que estão lá, mulheres e crianças que já estão lá há dez dias sem nenhuma notícia. A retirada dos brasileiros e outros cidadãos estrangeiros é uma coisa que precisa da coordenação de várias entidades, não só dos israelenses, não temos controle sobre a Faixa de Gaza. Esta combinação ainda não foi feita”, explicou o embaixador.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários