As autoridades israelenses anunciaram planos para evacuar nesta sexta-feira, 20, a cidade de Kiryat Shmona, na região norte. Ação se dá no 14º dia da guerra deflagrada após o ataque do grupo palestino Hamas, no dia 7 de outubro, que matou 1.400 pessoas, sendo a maioria civis. O conflito no Oriente Médio já causou a morte de mais de 5.000 pessoas. Deborah Meir, moradora de um kibutz (termo israelense para comunidades agrárias coletivistas) na fronteira entre o Líbano e Israel, viveu na pele a invasão e relatou, em entrevista à Jovem Pan News, momentos de pânico que viveu ao fugir de sua própria residência: “Eu estava na minha casa preparando o almoço para mim e meu marido (…) Quando de repente a gente escutou sirene e na minha casa não tem bunker, a gente teve que sair correndo para um lugar que tinha bunker. Mandaram a gente trancar as portas e falaram que tinha a possibilidade de terroristas terem entrado no nosso kibutz. A gente mora em um kibutz que se chama Hanita, na fronteira com o Líbano. De repente a gente começou a escutar um monte de bombardeios dos dois lados e eu fiquei muito nervosa, é claro. Depois disso, tiraram a gente da nossa casa e agora a gente está cada vez indo para um lugar diferente”.
“No kibutz que a gente mora, foram duas casas atingidas e tiveram quatro terroristas que tentaram entrar e foram mortos na barreira entre o Líbano e a nossa casa”, explicou a brasileira. De acordo com Deborah, cada cidade tem estabelecido medidas diferentes para realocar pessoas que moravam em regiões atacadas ou que ainda são alvo de bombardeios. Além disso, ela afirma que alertas de sirenes são recorrentes e que que se adaptar a esta rotina longe de sua casa tem sido difícil: “A gente está correndo de um lado para outro. Ontem mesmo teve aqui sirenes. A gente está tentando levar a vida de uma forma que a gente possa levar, mas, no momento que tiraram a nossa casa, a gente não tem nossas coisas e depende dos outros para as coisas mais simples, como roupas. Tiraram a gente da nossa casa rápido, a gente não teve nem tempo de pegar as nossas coisas”.
A brasileira está em uma casa cedida pelo governo e vai ser deslocada para um hotel em um local mais afastado do conflito: “Estão dando muito apoio, mas no momento em que você tem que sair da sua casa sem suas coisas, sem nada, e ter passado pelo o que eu passei (…) foi um ataque terrorista que não vai ser esquecido por toda a vida”. Após o ataque do Hamas, relatado por Deborah, Israel apertou o cerco à Faixa de Gaza, deixando a região sem água, eletricidade, internet e combustível, embora posteriormente tenha restabelecido parcialmente o abastecimento de água. Atualmente o exército israelense prepara uma incursão terrestre no território palestino, o que deve escalar ainda mais a violência no conflito que já deixou mais de 5.000 mortos. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.
Fonte: Jovem Pan News
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