A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas também coloca em risco o futuro do setor de alta tecnologia do país. É o que escreveu Tomer Simon, cientista-chefe do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Microsoft em Israel, numa carta endereçada a Tzachi Hanegbi, chefe do Conselho de Segurança Nacional do país.

Para quem tem pressa:

No documento, Simon destacou a possibilidade de empresas multinacionais encerrarem atividades de pesquisa e desenvolvimento em Israel, conforme publicado pela agência de notícias Reuters.

Até a publicação desta nota, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não tinha emitido comentários sobre as preocupações levantadas pelo cientista-chefe da Microsoft.

Tecnologia e a guerra em Israel

Domo de ouro em Israel
(Imagem: Alistair/Flickr)

Simon também frisou a importância de criar um ambiente propício para o crescimento contínuo das empresas multinacionais no país, lembrando que, para cada emprego no setor de tecnologia, são gerados outros cinco que impulsionam a economia israelense.

O cientista-chefe destacou o impacto humano causado pela guerra e instou os líderes a enviarem uma mensagem clara à comunidade internacional e à comunidade empresarial global, reafirmando o compromisso de Israel com um futuro próspero e estável.

A mobilização de centenas de milhares de reservistas do exército israelense criou uma lacuna significativa na força de trabalho do setor de alta tecnologia, resultando em interrupções nas cadeias de suprimentos.

Simon não forneceu números específicos, mas o governo estima que até 15% dos trabalhadores do setor de tecnologia foram convocados para o serviço militar. Ele enfatizou que a ausência desses trabalhadores prejudica projetos atuais e levanta preocupações sobre a confiabilidade das operações israelenses para as matrizes globais.

Além disso, Simon observou que os últimos dez meses de turbulência política em Israel em meio a debates sobre reformas judiciárias afetaram os investimentos estrangeiros. Ele alertou que as empresas multinacionais podem reduzir ou congelar investimentos após o conflito, ou mesmo encerrar atividades de pesquisa e desenvolvimento em Israel.

Isso, segundo Simon, teria consequências prejudiciais para a economia e a inovação do país, além de enfraquecer sua posição global e estabilidade interna.