Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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‘Não é fácil acabar com o Hamas, mas precisamos vencer para viver em paz’, diz embaixador de Israel

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Em poucos dias, a guerra do Oriente Médio completa seu primeiro mês, tendo como saldo mais de 10 mil mortos, milhões de refugiados internos na Faixa de Gaza e a tensão da escalada do conflito para a região em seu entorno. O grupo libanês Hezbollah, a Síria e o Iêmen já começaram a fazer movimentações contra Israel, o que ocasionou em uma responsa das Forças de Defesa israelenses, que, além de avançarem a cada dia em sua ofensiva terrestre, também estão prontos para atuarem em mais de uma frente de batalha, como explica o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, em entrevista ao site da Jovem Pan. “Israel não quer abrir mais frentes, mas se formos atacados, vamos reagir. Estamos prontos e temos bastante força para reagir caso a situação piore”, disse o chanceler. Além de assombrar a região, os reflexos do conflito também são vistos em outras partes do mundo, como o aumento da onda antissemitista e a exposição dos problemas do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) – única capaz de poder interferir na guerra – para conseguir chegar a uma solução para essa situação. Ao mesmo tempo, ao redor do mundo, centenas de manifestantes saem às ruas para protestar a favor de Israel ou da Palestina, o que coloca em pauta mais uma vez a questão sobre a criação de um Estado palestino. Para Zonshine, esse é um tema que precisa ser debatido por Israel e representantes palestinos, uma vez que nenhum “ninguém vai desaparecer”, nem os israelenses, tampouco os palestinos. Por isso, segundo ele, é necessário achar uma maneira de viver lado a lado, para que ambos esteja em segurança: “A melhor coisa que pode acontecer desta guerra para os dois lados é que ambas as partes vivam em paz, pois, com isso, é possível desenvolver economia, cultura e vida”, completa. Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Israel costuma resolver rapidamente suas guerras e tem um exército capaz para colocar fim nas ameaças. Já foi apresentado que há um plano de guerra de três fases. Podemos dizer que entramos na segunda fase do conflito e estimar por quanto pode prolongar? Difícil dizer quanto tempo isso vai prolongar, mas estamos na segunda fase. Depois de ataques aéreos contra alvos de Hamas, já entraram algumas forças por terra, já tem batalhas dentro da Faixa de Gaza e em áreas urbanas. É difícil dizer quanto tempo vai levar e de que maneira vamos sair de lá. Contudo, é preciso entender duas coisas: Israel não tem intenção de conquistar Gaza e ficar lá. A meta é, além de liberar os reféns, acabar com o poder militar do Hamas. Mas sabemos que isso não é fácil, porque ele está há 70 metros abaixo dos hospitais, túneis, centenas de quilômetros abaixo de Gaza. Eles investiram dinheiro em canais subterrâneos para guardar seus combatentes e todos os recursos de armamentos e habilidade militar, por isso é muito difícil. Já tivemos perdas em vida de soldados israelenses, mas somos bem determinados, porque o Hamas não pode continuar a ser um poder militar do outro lado da fronteira com Israel. Então, voltar para situação de 6 de outubro, de israelenses que moram lá perto de Gaza não estarem seguros na casa deles, não é uma opção. Precisamos achar maneiras militares e políticas para termos a possibilidade de viver em paz em ambos os lados da fronteira com Gaza. Não temos intenções territoriais. A melhor coisa que pode acontecer desta guerra para os dois lados é que ambas as partes vivam em paz, pois, com isso, é possível desenvolver economia, cultura e vida, e não cultura de morto como Hamas desenvolveu.

Como passar tranquilidade para os familiares dos reféns e para a população de que não haverá um novo ataque? Precisamos garantir que o Hamas não vai continuar. Para a família de reféns, a tranquilidade é algo que eles não conhecem há três semanas. Elas vivem com a falta de informação se as pessoas estão vivas ou não, onde estão e qual é a situação. Outras pessoas em Israel foram evacuados nas fronteiras com Gaza e o norte. Cerca de 150 mil pessoas foram retiradas dessas regiões. Por isso, a vitória de Israel tem que acontecer, para que o Hamas e o Irã, e quem está atrás dos dois – referência ao Hezbollah -, não pense em um ataque dessa natureza no norte israelense. Se pararmos agora sem acabar com as habilidades militares do Hamas, mandamos um sinal para organizações terroristas de que eles podem atacar Israel de uma maneira mais cruel e barbará. É preciso que eles entendam que não vale a penas realizar esses ataques, porque não vai ser positivo nem para eles e nem para as pessoas que dizem representar. O Hamas não representa a palestina na Faixa de Gaza. A população sofre muito por causa deles por conta de lançamentos que são realizados. Precisamos voltar para uma vida tranquila dos dois lados da fronteira.

Israel é a favor da criação do Estado da Palestina? O que esperar da ofensiva terrestre e que Israel tira de lição deste ataque? Temos que discutir com os palestinos sobre isso. Nosso primeiro-ministro falava sobre isso anos atrás, conduto, é uma decisão que temos que chegar com diálogo bilateral para sabermos de que maneira vamos chegar a uma solução para um tipo de convivência com os palestinos, porque ninguém vai desaparecer, nem Israel e nem os Palestinos. É necessário acharmos uma maneira de viver juntos, lado a lado. É preciso uma solução pacifica em que ambos os lados concordem. É difícil prever o que esperar da ofensiva terrestre, porque depende muito do que acontece, se os reféns vão ser libertados e quais tipos de resultados vamos ter dessa campanha terrestre. Em relação à lição que tiramos, temos que fazer análises profundas por não sabemos porque fomos atacados e não estávamos prontos do ponto de vista militar para evitar esse tipo de infiltração. Acreditamos que se estivéssemos prontos para este ataque, os danos para a população civil e militar seria muito menor do que aconteceu. Temos coisas no nível militar e de inteligência para evitar esse tipo de catástrofe para não acontecer mais uma vez.

A Bolívia cortou laços com Israel por causa dos ataques a Gaza. A Colômbia e Chile também se manifestaram contra e ameaçaram cortar laços. O senhor sente que uma animosidade contra Israel na América do Sul? Acho que não, tem países que nos apoiam e cada um tem uma decisão e posição deles. A gente sabe que dentro do governo tem diferença de opiniões e não temos nenhuma preocupação sobre o assunto guerra. Espero que todos os países entendam um dia que Israel está fazendo uma luta contra Hamas, e que a ideologia do Hamas não para nem na Faixa de Gaza ou Israel. Estamos lutando contra essas atrocidades e intenções do Hamas. Alguns países já entenderam isso e com certo tempo outras nações da América do Sul e América Latina vão começar a ter a mesma visão.

Temos visto uma crescente onda de antissemitismo no mundo. Após o conflito, acredita que haverá um local seguro para os judeus no mundo? Espero que sim. Antissemitismo é uma coisa que em tempo de guerra se vê mais e está presente em muitos lugares. Uma das razões dessa guerra é que o mundo vai ser um lugar mais seguro, não só para os judeus, como para os demais seres humanos. Isso faz parte dessas lutar.

Israel está pronto para lutar em mais de uma frente de batalha? Como avalia a atuação da ONU para lidar com a situação? Israel não quer abrir mais frentes, mas se formos atacados, vamos reagir. Já reagimos contra o Hezbollah, mas por enquanto não é uma guerra total do mesmo tamanho e amplitude, não é igual com o Hamas na Faixa de Gaza, mas estamos prontos e temos bastante força para reagir caso a situação piore. O Hamas iniciou essa guerra e precisamos que os países que estão apresentando as resoluções e os demais países membros da ONU devem incluir uma coisa bem clara sobre parar qualquer ajuda financeira e armamentística para o Hamas, além de mencionar o direito de Israel de se defender. Nem todas as resoluções incluem isso e pensamos que a denúncia clara deve ser por Hamas que iniciou esta guerra.

Fonte: Jovem Pan News

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