A presidente de Harvard, Claudine Gay, renunciou, nesta terça-feira, 2, após receber críticas por sua gestão dos casos de antissemitismo no campus em decorrência do conflito em Gaza, além de acusações de plágio em seu trabalho acadêmico. Nos últimos meses ela vinha sendo alvo de críticas após relatos de que não citava adequadamente fontes acadêmicas. As acusações mais recentes foram publicadas anonimamente na internet hoje, em um meio conservador. Claudine, 53 anos, que fez história como a primeira pessoa negra a liderar a poderosa universidade, localizada em Cambridge, Massachusetts, afirmou em sua carta de renúncia que foi vítima de ataques pessoais e racismo. “Tem sido angustiante levantarem dúvidas sobre meus compromissos em confrontar o ódio e sustentar o rigor acadêmico… E assustador ser sujeita a ataques pessoais e ameaças motivados por animosidade racial”, escreveu. A presidente também se viu envolvida em polêmicas ao se recusar a dizer de forma inequívoca se pedir o genocídio dos judeus violava o código de conduta de Harvard, durante uma audiência no Congresso ao lado dos reitores do MIT e da Universidade da Pensilvânia, no mês passado. A repercussão foi tão grande que o ex-aluno e doador bilionário Bill Ackman afirmou em carta à administração de Harvard que “os fracassos da reitora Claudine resultaram no cancelamento e na pausa e retirada de doações à universidade na casa dos bilhões de dólares”.
Mais de 70 legisladores, incluindo dois democratas, pediram a renúncia de Claudine. Vários ex-alunos e doadores de alto perfil de Harvard também defenderam sua saída. Ainda assim, mais de 700 professores de Harvard haviam assinado uma carta apoiando a presidente, e seu cargo parecia estar seguro. A renúncia, noticiada em primeira mão pelo jornal estudantil ‘Harvard Crimson’, foi confirmada logo depois, pela própria Claudine: “Com grande pesar, mas com profundo amor por Harvard, escrevo para compartilhar que deixarei o cargo de presidente”. Nos Estados Unidos, a controvérsia sobre o antissemitismo ocorre em meio a um aumento de ataques e da retórica violenta contra judeus e muçulmanos, inclusive nas universidades, desde o início da guerra entre Israel e o Hamas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um aliado próximo dos Estados Unidos, declarou que “uma enorme onda de antissemitismo se infiltrou nos campi universitários”. Yad Vashem, o memorial oficial do Holocausto de Israel, descreveu o fenômeno como “um câncer”. “O fracasso de liderança e a negação do antissemitismo têm um preço. Espero que a gloriosa Universidade de Harvard aprenda com essa conduta lamentável”, escreveu o novo ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em resposta a informações sobre a saída iminente de Claudine.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News
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