Nova lei de imprensa e a proibição da Al Jazeera
Os Estados Unidos expressaram preocupação com a decisão de Israel de impedir que a agência de notícias Associated Press (AP) transmita imagens da Faixa de Gaza. A alegação é de que a AP violou a nova lei de imprensa do país ao fornecer imagens à rede Al Jazeera, do Catar, cuja transmissão foi censurada em Israel desde 5 de maio.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, destacou a importância do trabalho dos jornalistas em todo o mundo, considerando-o um pilar da democracia devido ao papel de vigilância que desempenham no monitoramento do poder. As autoridades israelenses basearam sua decisão na chamada Lei Al Jazeera, que permite que órgãos de comunicação estrangeiros sejam forçados a parar de transmitir em Israel por supostas razões de segurança. Essa lei também possibilita o fechamento de redações, o confisco de equipamentos e o bloqueio de sites.
A AP relatou que seus jornalistas estavam transmitindo ao vivo de Sderot, uma cidade israelense no norte da Faixa de Gaza, quando foram interrompidos e forçados a parar de transmitir por autoridades israelenses sob uma ordem assinada pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi.
Antes de confiscar o equipamento da AP, as autoridades emitiram uma ordem verbal para que a agência interrompesse a transmissão, mas ela se recusou. O Ministério das Comunicações de Israel afirmou que tomou “medidas necessárias” para limitar as transmissões que considerava prejudiciais à segurança do Estado.
Após a aprovação da lei de imprensa, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, fechou os escritórios da Al Jazeera em Jerusalém e interrompeu seu canal de televisão no país. Os EUA expressaram apoio à Al Jazeera e consideraram que ela deveria poder operar em Israel, como faz em outras nações da região.
A Al Jazeera é um dos poucos meios de comunicação com uma extensa rede de funcionários na Faixa de Gaza. Com seu fechamento, Israel dificulta ainda mais a cobertura de uma guerra na qual mais de 35.400 palestinos já perderam a vida.
*Com informações da EFE
Fonte: Jovem Pan News
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