Israel prossegue com bombardeios na Faixa de Gaza

Israel Intensifica Bombardeios na Faixa de Gaza em Ofensiva Contra Hamas

Gaza, 15 de julho de 2024 – Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza nesta segunda-feira (15), continuando sua ofensiva militar contra o movimento islamista palestino Hamas. Nos últimos dias, ataques a um campo de deslocados e uma escola resultaram em mais de 100 mortes. O Hamas, que governa Gaza desde 2007, condenou os “massacres” de civis desarmados e anunciou no domingo sua retirada das negociações indiretas para um cessar-fogo.

Ataques e Vítimas

Testemunhas e equipes de emergência relataram disparos de artilharia em vários bairros da Cidade de Gaza, no norte do território palestino. Um bombardeio atingiu o campo de Al Maghazi, no centro, matando cinco pessoas, incluindo três crianças, de acordo com o Crescente Vermelho palestino. Em Nuseirat, também no centro, houve relatos de disparos de artilharia. No domingo, ao menos 22 pessoas morreram em uma escola administrada pela Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) em Nuseirat, que abrigava “milhares de deslocados”.

Infraestruturas Públicas e Acusações

Esta foi a quinta escola bombardeada em oito dias na Faixa de Gaza. Israel afirma que o Hamas e outros grupos utilizam escolas, hospitais e outras infraestruturas públicas para fins militares, o que o Hamas nega categoricamente.

Ações Militares e Reações

No sul de Gaza, testemunhas relataram disparos de helicópteros nas imediações de Khan Yunis e Rafah. O Exército israelense anunciou que eliminou “uma célula terrorista armada com lança-foguetes” em Rafah, e vários “terroristas” no centro do território. No sábado, bombardeios israelenses mataram 92 palestinos no campo de deslocados de Al Mawasi, perto de Khan Yunis.

Alvos e Declarações

Israel declarou que o ataque em Al Mawasi visava dois dirigentes do Hamas: Mohamed Deif, comandante militar, e Rafa Salama, comandante em Khan Yunis. Salama foi morto no bombardeio, mas Deif permanece vivo, segundo uma fonte do Hamas. A guerra começou quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas e sequestraram 251 no sul de Israel. O Exército israelense afirma que 116 pessoas ainda estão em cativeiro em Gaza, 42 das quais teriam morrido.

Negociações e Cessar-Fogo

Após meses de negociações infrutíferas, o Hamas anunciou no domingo a suspensão das conversações de trégua, lideradas por Catar, Egito e Estados Unidos. No entanto, o grupo islamista está disposto a retomar as negociações se Israel demonstrar seriedade em concluir um acordo de cessar-fogo e liberar os reféns em Gaza em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste em continuar a guerra até destruir o Hamas e libertar todos os reféns.

Apelo Internacional

O chanceler britânico, David Lammy, pediu um “cessar-fogo” durante sua primeira viagem ao Oriente Médio desde sua nomeação após as eleições britânicas de 4 de julho. “Espero que cheguemos logo a um cessar-fogo e que possamos mitigar o sofrimento e as intoleráveis perdas de vidas humanas que estamos vendo atualmente em Gaza”, declarou Lammy, na presença do presidente israelense, Isaac Herzog.