Ricardo Nunes Descreve 8 de Janeiro como Atentado ao Patrimônio Público, Não Tentativa de Golpe
São Paulo, 15 de julho de 2024 – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou nesta segunda-feira (15) que não considera o 8 de Janeiro uma tentativa de golpe de Estado. Durante uma sabatina promovida pelo UOL e pelo jornal Folha de S. Paulo, Nunes, que se autointitula um “defensor extremista da democracia”, comparou o episódio em Brasília à invasão do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) a prédios do Ministério da Fazenda em 2015. Ele ressaltou que as pessoas envolvidas no 8 de Janeiro eram, em sua maioria, “humildes, ambulantes e aposentados”. Embora reconheça a gravidade do erro cometido, Nunes não acredita que houve intenção de promover um golpe de Estado, classificando o evento como um “atentado contra o patrimônio público”.
Investigações e Comparações
A operação Tempus Veritatis, iniciada pela Polícia Federal em 8 de fevereiro, investiga uma organização suspeita de tentar realizar um golpe de Estado após as eleições de 2022. As investigações apontam que aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro estavam envolvidos em um plano para desacreditar o processo eleitoral, executar o golpe e abolir o Estado Democrático de Direito. O plano incluía a convocação de novas eleições e a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes. Bolsonaro é apontado como o articulador do plano.
Nunes também comparou o 8 de Janeiro com o episódio de 23 de setembro de 2015, quando o MTST invadiu prédios do Ministério da Fazenda em protesto contra a política econômica do governo Dilma Rousseff. Na ocasião, Boulos, adversário político de Nunes, era coordenador do MTST. Nunes afirmou que não há diferença entre as invasões de 2015 e as ocorridas em janeiro deste ano.
Posicionamento Político
Nunes rejeitou ser rotulado como “bolsonarista”, declarando-se um “ricardista” e enfatizando sua abertura ao diálogo com todos os partidos. Ele destacou a importância do acordo entre a prefeitura e o governo federal que extinguiu a dívida de São Paulo com a União, em troca da cessão do Campo de Marte à Aeronáutica. Apesar de sua gratidão pelo apoio de Bolsonaro, Nunes ressaltou sua independência política, mencionando críticas anteriores a Bolsonaro e sua defesa de uma candidatura de centro nas eleições presidenciais de 2022.
Repercussão
Nunes buscou associar Guilherme Boulos a práticas políticas controversas, como a suposta “rachadinha” do deputado André Janones, argumentando que Boulos “passou pano” para Janones no Conselho de Ética da Câmara. Durante a sabatina, o prefeito também defendeu a presunção de inocência em relação às investigações envolvendo Bolsonaro e enfatizou a importância de aguardar a conclusão das investigações antes de fazer julgamentos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira
Fonte: Jovem Pan News
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