O Hamas negou nesta terça-feira (10) que houvesse milicianos na área da zona humanitária de Khan Younis — no sul da Faixa de Gaza —bombardeada esta madrugada por Israel, causando pelo menos 40 mortes, e onde o Exército afirmou ter atacado membros da organização islâmica. “Confirmamos que as acusações do Exército de ocupação fascista de que há membros da resistência no local do ataque são uma mentira descarada, com a qual buscam justificar esses crimes atrozes”, afirmou o Hamas em um comunicado. Na madrugada de hoje, o Exército israelense confirmou o ataque e definiu-o como uma operação conjunta com o serviço de inteligência interno — o Shin Bet — dirigida contra “importantes terroristas do Hamas” que operavam a partir de um suposto centro de controle incorporado na zona humanitária de Khan Younis.
Em um comunicado posterior, o Exército israelense disse ter matado três membros de alto escalão do Hamas no bombardeio. “Entre os milicianos estavam Samer Ismail Jadr Abu Daqqa, líder da unidade aérea do Hamas. Além dele, o terrorista Osama Tabesh, chefe do Departamento de Observação e Alvejamento do quartel-general da Inteligência Militar do Hamas; e Ayman Mabhouh, outro terrorista de ‘alto escalão’ do organização islâmica”, informou um comunicado militar isralenese, que não forneceu provas a respeito.
Os militares alegaram que todos participaram nos ataques de 7 de outubro, nos quais milicianos palestinos de Gaza, sob a liderança do Hamas, mataram quase 1.200 israelenses e raptaram outros 251 – dos quais 97 permanecem no enclave, pelo menos 30 deles já mortos. Até o momento, a organização islâmica não reivindicou mortes entre as suas fileiras, algo que costuma fazer horas depois. O bombardeio atingiu cerca de 20 tendas nas quais pessoas deslocadas dormiam perto da mesquita Ozman bin Affan, atrás do Hospital Britânico, localizado no sudoeste da cidade.
“A explosão criou uma grande cratera e um incêndio. Os corpos e as tendas ficaram misturados na areia e há várias pessoas desaparecidas”, relataram os serviços de Defesa Civil do enclave, que classificaram o ocorrido como um “massacre horrível” e continuam procurando por corpos. Nas imagens divulgadas por essas equipes de resgate, seus trabalhadores podem ser vistos escavando a areia da praia para tentar extrair corpos ou sobreviventes. O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, disse ainda de madrugada que “famílias inteiras desapareceram na areia” do acampamento.
Cerca de 90% da população de Gaza – mais de dois milhões de pessoas – está atualmente deslocada, e quase todos os evacuados estão amontoados nesta “zona humanitária” designada pelo Exército israelense, que cobre 14% do centro e do sul da Faixa em áreas de Al Mawasi, Khan Younis e Deir al-Balah.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
Fonte: Jovem Pan News
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