Constituição não está em negociação, diz Mauro Vieira sobre tarifaço de Trump

O Ministro Mauro Vieira participa de sessão solene de abertura do Seminário “Diplomacia e Relações Internacionais: Passado, Presente e Futuro”, em comemoração aos 80 anos do Instituto Rio Branco. Foto: Carlos Cruz/MRE.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na última segunda-feira (5) que a Constituição brasileira “não está em negociação” e classificou o “tarifaço” proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como parte de “ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras”. A declaração contundente é uma resposta direta à ameaça de sanções comerciais de Trump, que alega haver uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em um discurso firme, Vieira declarou ter “enorme orgulho” em liderar o Itamaraty “na defesa da soberania brasileira”. Ele reforçou que a soberania nacional “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis” e que saudosistas do arbítrio e “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito”.

“A Constituição Cidadã não está e nunca estará em qualquer mesa de negociação. Nossa soberania não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”, declarou Vieira, durante cerimônia pelos 80 anos do Instituto Rio Branco, no Itamaraty. Embora não tenha citado nomes, a fala do ministro é uma referência à atuação de aliados do ex-presidente, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem articulado com a campanha de Trump nos EUA. A posição de Vieira representa um endurecimento no tom diplomático do governo federal frente à questão.

Apesar da forte reação, o governo brasileiro continua buscando diálogo com os Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem uma reunião prevista com o secretário do Tesouro americano, Scott Besent, enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin mantém contato com o secretário de Comércio, Howard Lutnick. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também indicou estar aberto a conversar com Trump, desde que as críticas políticas ao sistema judiciário brasileiro fiquem fora da pauta de negociações.

*Com informações de André Anelli 

*Reportagem produzida com auxílio de IA

Fonte: Jovem Pan News

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