O pedido da Procuradoria-Geral da República veio depois que o líder do PT apontou um risco de fuga do ex-presidente. A PGR, com efeito, sugere o monitoramento em tempo real de suas medidas cautelares, que ele enfrenta por tentativa de golpe.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (25) que a Polícia aumente o monitoramento sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pedido, em suma, veio a uma semana do início das deliberações finais no julgamento que ele enfrenta por golpismo. A líder do PT, por sua vez, havia apontado um risco de fuga.
Em nota enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR aconselha “que se recomende formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela”. O documento da PGR faz referência a um recurso do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). O líder do PT na Câmara havia solicitado a prisão preventiva de Bolsonaro, acusando-o de descumprir as medidas e de representar um “risco concreto de fuga”.
O julgamento de Bolsonaro, de 70 anos, no Supremo é por tentativa de golpe de Estado. Ele é acusado de liderar uma “organização criminosa” que teria conspirado para impedir a posse de Lula em 2022. Desde o início de agosto, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva em Brasília. O juiz responsável entendeu que ele burlou a proibição de se manifestar em redes sociais.
A Polícia Federal afirmou, na semana passada, que o ex-presidente reincidiu no descumprimento de restrições. A defesa de Bolsonaro, por outro lado, rebateu e acusou os policiais de tentarem “desmoralizá-lo”. Segundo a polícia, o ex-mandatário teria se comunicado com outros réus e compartilhado até 300 vídeos de apoio, apesar das proibições.
Além disso, um rascunho de “pedido de asilo político” ao presidente argentino, Javier Milei, foi encontrado em um documento de 33 páginas. O esboço, datado de fevereiro de 2024, alegava que Bolsonaro sofria “uma perseguição política no Brasil”. A polícia também recomendou indiciá-lo por uma suposta tentativa de obstrução do processo judicial.
O julgamento começou em abril e o Supremo deve emitir um veredito entre 2 e 12 de setembro. Caso seja declarado culpado, Bolsonaro pode enfrentar até 40 anos de prisão.




Comentários