O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, reiterou nesta segunda-feira (22) que seu país é a favor de reconhecer a Palestina apenas ao final de um processo negociado para a criação de dois Estados – ou seja, com o aval de Israel -, mas destacou que esse processo deve começar agora sem mais delongas.
Em declarações à imprensa antes de viajar para Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU, Wadephul afirmou que a nova ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza é “um caminho totalmente equivocado” para encontrar uma saída para o conflito do Oriente Médio, o que requer, ao contrário, mais ajuda humanitária para o enclave, um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns israelenses.
“Todos os passos em direção a uma anexação ilegal dos territórios ocupados também minam a oportunidade de resolver o conflito de forma duradoura. Por mais distante que pareça neste momento, uma solução negociada com dois Estados é o caminho que pode possibilitar a israelenses e palestinos uma vida em paz, segurança e dignidade”, disse o ministro alemão. “Para a Alemanha, o reconhecimento de um Estado palestino está mais para o final do processo. Mas um processo desse tipo deve começar agora”, enfatizou.
Wadephul também defendeu a ONU, antes que a Assembleia Geral da organização comece em Nova York, como um fórum único para a cooperação em um mundo marcado por conflitos internacionais. “As Nações Unidas são o único fórum indispensável que reúne o mundo. Para isso, é necessária uma organização forte e capaz de agir”, afirmou, ciente de que em Nova York serão debatidas soluções para crises como a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a de Israel contra o grupo terrorista Hamas.
“Hoje em dia, são os enxames de drones, os desfiles de mísseis e as ameaças nucleares que pretendem minar a fé na força da lei”, ressaltou o ministro alemão antes de se referir à guerra de agressão da Rússia do presidente Vladimir Putin contra a Ucrânia.
“Com sua guerra de agressão contra a Ucrânia, contrária ao direito internacional, Putin se opõe a tudo o que as Nações Unidas representam”, apontou Wadephul, que também mencionou o Irã e suas intenções nucleares. “O Irã vem enriquecendo maciçamente suas reservas de urânio há anos, se recusa a permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica inspecione completamente seu programa nuclear”, indicou.
Além disso, Wadephul comentou, entre outras crises, a que afeta o Sudão, onde “uma guerra civil provocou a pior catástrofe humanitária da atualidade”, a ameaça que pesa sobre a população no Haiti devido à presença de gangues armadas, a subida do nível do mar e o subdesenvolvimento e a pobreza que afetam milhões de pessoas.
*Com informações da EFE
Publicado por Nícolas Robert
Fonte: Jovem Pan News




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