Israel anunciou nesta quinta-feira (9) que todas as partes assinaram a versão final da primeira fase do acordo de cessar-fogo com o Hamas, mediado pelos Estados Unidos, Catar e Turquia, com o objetivo de encerrar dois anos de conflito na Faixa de Gaza e permitir a libertação dos reféns israelenses. O entendimento, firmado na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, foi elaborado a partir de um plano de 20 pontos proposto pelo presidente americano, Donald Trump. O texto prevê a libertação dos reféns israelenses ainda vivos em troca da soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos.
A proposta deve ser aprovada oficialmente pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que classificou o acordo como “um grande dia para Israel” e afirmou que Trump “merece o Prêmio Nobel da Paz”. O cessar-fogo deve entrar em vigor até 24 horas após essa aprovação.
Em Gaza, moradores comemoraram a notícia nas ruas de Khan Yunis. “Apesar de toda a dor e das perdas, hoje estamos felizes após o cessar-fogo”, disse Aiman al Najar. Em Tel Aviv, familiares de reféns se abraçaram na Praça dos Reféns, celebrando a esperança do retorno de cerca de 20 sequestrados que ainda estão vivos. O acordo marca uma etapa inicial de um processo mais amplo proposto por Trump, que inclui o desarmamento do Hamas e a criação de uma autoridade de transição para governar Gaza — pontos ainda sob disputa. O grupo islamista rejeitou a ideia de uma administração chefiada pelo próprio Trump, assim como a Autoridade Palestina.
Trump anunciou que pretende viajar ao Egito no domingo para participar da cerimônia de assinatura, a convite do presidente Abdel Fatah al-Sisi. Apesar do anúncio, bombardeios israelenses foram registrados em Gaza poucas horas depois. O Exército de Israel informou que prepara a retirada de suas tropas, atualmente presentes em cerca de 75% do território palestino. De acordo com dados oficiais compilados pela AFP, a guerra iniciada em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas a Israel, deixou 1.219 mortos em território israelense, a maioria civis. Em resposta, a ofensiva israelense matou ao menos 67.183 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos números são considerados confiáveis pela ONU.
Com o cessar-fogo, está prevista a entrada diária de até 400 caminhões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza durante os primeiros cinco dias. O Crescente Vermelho egípcio informou que 153 caminhões já estão a caminho. Um estudo recente da revista The Lancet, apoiado pela Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), aponta que quase uma em cada seis crianças em Gaza sofre de desnutrição aguda em decorrência do conflito.
*Com informações da AFP
Fonte: Jovem Pan News




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