As Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram na última terça-feira (28) ao menos 17 membros de uma única família, entre eles oito crianças, após bombardear duas casas localizadas no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, segundo fontes locais e um relatório do Hospital Al Awda ao qual a Agência EFE teve acesso hoje.
A família Abu Dalal estava refugiada em suas casas quando Israel rompeu o cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas – pela segunda vez desde 10 de outubro – e começou a atacar Gaza por mais de 16 horas, matando 104 pessoas. O alvo do ataque parece ter sido Yahya Abu Dalal, de 50 anos, que as FDI identificaram ontem em um diagrama – sem apresentar provas – como um subcomandante da Jihad Islâmica em Rafah e nos campos centrais da Faixa de Gaza.
No entanto, os ataques de Israel mataram também Ameen Abu Dalal, de 26 anos, funcionário do Projeto Sameer, uma ONG dirigida por palestinos na diáspora que canaliza ajuda para famílias deslocadas na Faixa de Gaza. Junto com ele, foram mortos irmãos, pais, esposa e filhos: os gêmeos Sham e Yahya Abu Dalal, de apenas três anos de idade.
“Esta família multigeracional dormia placidamente em seu prédio quando um ataque aéreo os atingiu. Eles não tiveram nenhuma chance”, denunciou o Projeto Sameer no Instagram, com uma foto em que aparecem as crianças e seu pai.
O nome do menino Yahya, no entanto, não aparece no registro hospitalar, pelo que um funcionário do Ministério da Saúde de Gaza explicou à EFE que é muito provável que seu corpo ainda esteja entre os escombros.
No mesmo ataque, também morreram os três irmãos de Ameen – Mohammad (cuja idade não foi esclarecida) e os menores Bayan e Mustafa, de 14 e 11 anos, respectivamente -, além dos pais deles.
Os ataques das FDI ocorreram depois que palestinos armados abriram fogo na terça-feira contra uma unidade de engenheiros de combate em Rafah, matando um reservista de 37 anos. O Hamas negou envolvimento no incidente.
As FDI afirmaram em comunicado ter destruído postos de observação, uma fábrica de armas, lançadores de foguetes e morteiros e um túnel. Mas 76% das vítimas dos bombardeios foram civis, de acordo com declarações do Ministério da Saúde de Gaza e das próprias FDI, que identificaram 25 supostos combatentes entre os mortos, incluindo nove comandantes do Hamas, outros afiliados à Jihad Islâmica e homens envolvidos na produção de foguetes.
Entre os 104 mortos contabilizados, até Israel decidir retomar o cessar-fogo às 10h (horário local) de quarta-feira (29), havia 46 crianças e 20 mulheres, de acordo com a contagem oficial da Saúde.
Em vídeo divulgado nesta quarta nas redes sociais, vê-se os corpos da família Abu Dalal, cobertos com mortalhas brancas e encostados uns nos outros, sendo transportados em um reboque. O veículo é seguido a pé por dezenas de moradores de Gaza – cantando louvores a Alá – em uma espécie de cortejo fúnebre.
*Com informações da EFE
Publicado por Nícolas Robert
Fonte: Jovem Pan News




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