Organizações que não entregarem lista de funcionários palestinos até quarta-feira perderão licença para operar em 2026; MSF nega contratação de pessoas envolvidas em atividades militares.
O governo de Israel elevou a pressão sobre as organizações não governamentais (ONGs) que operam na Faixa de Gaza. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (30/12), o Ministério da Diáspora anunciou que todas as entidades que não fornecerem uma lista detalhada de seus funcionários palestinos até amanhã terão suas autorizações de funcionamento anuladas a partir de 1º de janeiro de 2026.
A medida visa, segundo o governo israelense, identificar e excluir indivíduos com supostos laços com grupos militantes palestinos. As ONGs que perderem a licença deverão encerrar todas as suas atividades no território até o dia 1º de março de 2026.
🚩 Acusações Diretas contra a Médicos Sem Fronteiras (MSF)
O comunicado de Israel cita nominalmente a Médicos Sem Fronteiras, acusando a organização de ter empregado indivíduos ligados ao terrorismo em 2024:
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Jihad Islâmica: Um funcionário da ONG teria sido identificado como integrante do grupo em junho de 2024.
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Hamas: Outro colaborador da MSF foi acusado de atuar como franco-atirador do Hamas em setembro de 2024.
Em resposta à agência AFP, a MSF afirmou que possui protocolos rigorosos e que “nunca empregaria conscientemente pessoas envolvidas em atividades militares”, reiterando sua missão humanitária e neutra.
⚖️ Motivos para Cassação de Licença
O ministério israelense esclareceu que a medida afeta cerca de 15% das ONGs operantes e listou critérios ideológicos e jurídicos que podem levar ao banimento imediato:
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Negação Histórica: Negar o Holocausto ou os ataques de 7 de outubro de 2023.
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Ativismo Jurídico: Promover processos judiciais contra soldados do Exército israelense (Tsahal).
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Deslegitimação: Atos que visem deslegitimar a existência ou as ações do Estado de Israel.
🌐 Impacto Humanitário
Analistas internacionais alertam que o prazo exíguo — menos de 24 horas para a entrega das listas — pode comprometer a distribuição de ajuda em um território que já enfrenta uma crise humanitária aguda. Israel, por sua vez, defende que a transparência é essencial para garantir que recursos e pessoal humanitário não sejam utilizados para fortalecer infraestruturas de combate.




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