Senadores que fizeram parte da CPI criticaram pedido e disseram que vão recorrer
O ex-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Covid-19, o senador Omar Aziz (PSD-AM), criticou, nesta segunda-feira, 25, o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para arquivar sete das 10 apurações preliminares envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros e ex-ministros do governo federal. As investigações foram abertas com base nas conclusões obtidas pela CPI da Covid-19, realizada no Senado em 2021. No Twitter, Omar Aziz disse que a decisão é uma vergonha para a instituição. “O pedido de arquivamento das investigações abertas a partir do que levantamos na CPI da Covid é um desrespeito à memória e às famílias das mais de 670 mil vítimas da pandemia. Sempre disse que a CPI não buscava vingança”, inicia as críticas. Na sequência o senador enaltece os resultados obtidos. “Sei que o trabalho da comissão produziu resultados importantes. Garantimos vacinas nos braços dos brasileiros, lutamos pela vida e investigamos com muita seriedade absurdos cometidos pelo Chefe do Executivo, ministros e assessores”, comenta. Ele ainda finaliza dizendo que a PGR deve explicações aos brasileiros. “Fizemos isso tudo num trabalho que se desenvolveu sob o olhar atento de milhões de cidadãos. A PGR precisa prestar satisfações à população. Esta decisão é uma vergonha para a instituição”, completa.
Dentre as apurações que a PGR pediu arquivamento estão cinco em que os parlamentares da CPI pediram o indiciamento de Bolsonaro, acusado de charlatanismo, prevaricação, infração de medida sanitária preventiva, emprego irregular de verba e epidemia com resultado de morte. As petições foram assinadas pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, que também pediu que apurações envolvendo o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Como a investigação contém pessoas sem foro privilegiado, o caso será encaminhado para primeira instância caso seja arquivado. Também foi solicitada a prorrogação e uma investigação em que Bolsonaro é suspeito de incitar a população a desobedecer medidas sanitárias.
Além de Omar Aziz, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi vice-presidente da CPI da Covid-19, também não aprovou a solicitação da PGR e disse que vai recorrer. “Isso é um insulto às quase 700 mil vítimas da Covid-19 no país. Augusto Aras, com este ato, se torna cúmplice dos crimes cometidos e rebaixa a PGR à condição de cabo eleitoral de Bolsonaro. Não aceitaremos e recorreremos, por todos os meios, desta decisão”.
Fonte: Jovem Pan News
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