Parlamentar criticou a opção pela não realização de sessões presenciais e também comentou a corrida presidencial de 2022
Com o retorno dos trabalhos no Congresso Nacional, depois do recesso parlamentar, os parlamentares se preparam para uma semana de esforço concentrado. Dezenas de medidas provisórias próximas de perder a validade devem ser analisadas nesta primeira semana de agosto para que os parlamentares possam se dedicar depois às campanhas eleitorais. Para comentar o retorno, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Tiago Mitraud (Novo). O parlamentar criticou as mudanças na agenda da Câmara dos Deputados e a opção pelo retorno virtual dos trabalhos.
“Ontem mudou para que a semana inteira seja remota. É algo que criticamos bastante, entendemos que no período eleitoral há uma mudança na rotina da Câmara. Agora, essas mudanças não podem ser de uma hora para outra. Porque prejudica e muito a previsibilidade que os parlamentares precisam ter para aprofundar os estudos de cada uma das matérias e encarar adequadamente a pauta do plenário. Infelizmente o que devemos ter essa semana em Brasília é um quórum muito baixo, mesmo que seja virtual. Os parlamentares que estarão presencialmente serão muito poucos e as comissões que deveriam funcionar, no nosso entendimento, mal vão ter quórum para funcionar”, projetou o deputado.
Além da votação das medidas provisórias pendentes, seria possível também a derrubada dos vetos presidenciais à Lei de Segurança Nacional. Foram vetados artigos que definiam os crimes de comunicação enganosa em massa (fake news) e de atentado ao direito de manifestação. Entretanto, Mitraud acredita que a discussão só deve ocorrer após o período eleitoral: “Até o momento não há previsão de sessão do Congresso… Os vetos são analisados nas sessões conjuntas do Congresso, onde você tem o presidente do Senado conduzindo os trabalhos da Câmara e do Senado. Teremos ao longo da semana sessões previstas apenas da Câmara dos Deputados. Então, por enquanto, não há previsão de votação desses vetos. Esses vetos, muito possivelmente vão ficar para depois das eleições”.
Além de deputado pelo Partido Novo, Tiago Mitraud também é vice da chapa de Felipe D’Ávila na disputa à presidência da República. Sobre o pleito, o parlamentar declarou que aposta na alta rejeição de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL): “Em boa parte das pesquisas Bolsonaro aparece com rejeição de mais de 50% dos brasileiros, o que indica uma probabilidade baixíssima de vitória. Nós não podemos deixar ocorrer a volta do PT, a volta de Lula, que nunca foi inocentado, teve seus processo anulados, mas jamais foi inocentado dos crimes os quais foi condenado anteriormente. E seria uma completa desmoralização do Brasil a volta de um político corrupto ao poder”.
“Por isso que o Novo lançou a candidatura do Felipe D’Ávila, que eu tenho o prazer de acompanhá-lo como, pré-candidato a vice-presidente, para que a gente possa oferecer uma alternativa a esses dois nomes que o brasileiro já mostrou que não quer. Sempre bom lembrar, tem uma frase da Hannah Arendt que é: ‘Quando escolhemos um mal menor, muitas vezes esquecemos que estamos ainda sim escolhendo o mal’. Nós não podemos escolher o mal menor nessa eleição. Esse é o papel que eu e o D’Ávila temos nessa eleição de que nós temos uma alternativa, a melhor alternativa para vencer a polarização extrema que temos no Brasil”, declarou.
Mitraud também criticou os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas, e argumentou que essa é uma justificativa para a possível derrota do candidato à reeleição: “Mero fato político para caso aconteça o mais provável, que é Bolsonaro perder as eleições. Ele já está criando a narrativa, que vai ser a justificativa que ele vai usar. Ao invés de colocar a culpa da sua derrota na sua própria incompetência, ele vai colocar a culpa da derrota no sistema eletrônico. Acho completamente fora de propósito essa narrativa que está sendo criada, ainda que eu acredite que todo sistema eleitoral pode e deve ter aprimoramentos”.
Fonte: Jovem Pan News
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