Em entrevista ao Morning Show, ex-juiz rebateu críticas sobre a operação Lava Jato: ‘Todo corrupto é um ladrão’
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foi o convidado do programa Morning Show desta terça-feira, 7. Em entrevista à Jovem Pan, o ex-juiz sugeriu uma reforma no Supremo Tribunal Federal (STF). “Algo que tenho defendido é uma reforma no Judiciário que diminua o peso das decisões monocráticas, individuais, dentro do STF. Nós também defendemos um mandato para os ministros do Supremo, não renováveis. Defendo um mandato de 12 anos para o ministro que entrar, para que nós possamos buscar uma normalidade institucional dentro do Parlamento”, afirmou. Moro defendeu o legado da Lava Jato e cobrou maior protagonismo do Senado no Congresso Nacional. “Temos que tomar isso com bastante cuidado. Quem foi preso na Lava Jato era quem roubou o dinheiro público, todo corrupto, portanto, é um ladrão. Agora, defendo particularmente que o Senado tem que assumir um papel de protagonismo; o Judiciário em um papel mais limitado. Dentro de uma democracia, quem tem que ser mais cobrado são os representantes eleitos. Espero que a gente retome um cenário de normalidade institucional”, acrescentou.
No Senado, o ex-ministro planeja seguir e viabilizar os métodos da Operação Lava Jato. Moro ainda garantiu que conta com outros parlamentares para defender a herança do combate à corrupção. “A Lava Jato provou que é possível, através de uma ação realizada, com força da sociedade. Tivemos a maior manifestação desde as “Diretas Já”, em março de 2016. Precisamos retomar esse trilho. Talvez o fato de termos esse governo de volta, tem o lado que pessoas ficam desapontadas, tendo em vista o que vemos no passado, de um modo indica que temos que persistir nessa luta. Vim para lutar por essa pauta. Vai ser difícil? Vai ser difícil, tem gente no Senado e na Câmara dos Deputados que defende essa bandeira”, disse. “Se admitirmos que a corrupção siga impune e desenfreada, certamente não tem um boa saída para nosso país. Boa parte do nosso atraso, do nosso desenvolvimento, da nossa desigualdade, decorre exatamente do nosso fracasso em vencer essa captura do Estado por grupos específicos que acabam como uma espécie de carrapato se alimentando dos cofres públicos em detrimento da população”, concluiu.
Fonte: Jovem Pan News
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