Apesar do impasse entre Lira e Pacheco, comissões mistas analisam primeiras MPs do governo nesta semana

Fachada do palácio do Congresso Nacional

Colegiados devem discutir as medidas provisórias do Bolsa Família, do programa Minha Casa, Minha Vida, do CARF e também da reestruturação da Esplanada dos Ministérios

Nesta semana, o Governo Federal conta com a instalação das quatro primeiras comissões mistas que irão analisar as medidas provisórias (MPs) no Congresso Nacional. Devem começar a ser discutidas as MPs do Bolsa Família, do programa Minha Casa, Minha Vida, do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF) e também da reestruturação da Esplanada dos Ministérios. No entanto, o impasse entre os presidentes da Câmara e do Senado a respeito do rito de tramitação das MPs continua. No último final de semana, o deputado Arthur Lira (PP) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD) publicaram artigos defendendo os seus pontos de vista, sinalizando que um acordo entre os dois ainda não está firmado. Para Lira, a pandemia mostrou que o modelo previsto para análise das MPs é desfuncional, ineficiente e desproporcional, já que não há um prazo de análise das MPs. O deputado afirmou ainda que o modelo favorece que dispositivos estranhos sejam adicionados nos decretos e voltou a defender a ampliação do número de deputados nas comissões mistas.

De acordo com a proposta de Lira, para cada senador a comissão deveria ter 3 deputados, pois existem no Congresso 513 deputados e 81 senadores. Neste sentido, Lira argumenta que não é justo as comissões mistas serem formadas por 12 parlamentares de cada casa. Segundo o presidente da Câmara, este desequilíbrio deprecia a vontade do povo. Já o presidente do Senado defende a necessidade de respeito ao texto constitucional, no qual está prevista a paridade no número de parlamentares da Câmara e do Senado. Para Pacheco, o que importa não é o peso do voto de cada parlamentar, mas a vontade de cada casa. A reclamação dos senadores é de que, no modelo implementado na pandemia, as MPs ficam muito tempo na Câmara e quando chegam ao Senado não há tempo suficiente para analisar os temas com cuidado. Por isso, existiria a necessidade da formação de comissões mistas.

Hoje existem 12 MPs que aguardam análise no Congresso. Para facilitar a aprovação destes decretos, o governo trabalha com a possibilidade de juntar alguns assuntos para que apenas 7 comissões mistas sejam instaladas. Caso alguma das MPs que estão travadas no Congresso não for aprovada, o Palácio do Planalto já sinalizou que pode substituir os decretos por projetos de lei que tramitariam com urgência.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

Fonte: Jovem Pan News

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