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O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro está preso pela Polícia Federal acusado de fraudar cartões de vacina contra a Covid-19
O coronel Mauro Cesar Barbosa Cid recebeu mais de R$ 1,4 milhão em salários, diárias e gratificações ao longo de quatro anos como ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. O valor consta de levantamento da Jovem Pan no Portal da Transparência. Cid foi designado para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no dia 28 de novembro de 2018; em dezembro assumiu o cargo de assessor-chefe militar da Ajudância de Ordens, e foi dispensado no dia 31 de dezembro do ano passado — retornando para o Exército. Ao ser preso na semana passada por suspeita de forjar certificado de vacinação de Covid, a Polícia Federal apreendeu em sua residência R$ 16 mil e US$ 35 mil (cerca de R$ 170 mil). O valor foi explorado por parte da mídia como suspeita de lavagem de dinheiro, embora muitos oficiais tenham o hábito de guardar dinheiro em casa, especialmente diárias nacionais e internacionais.
Nos quatro anos de governo, Cid fez 137 viagens nacionais ao lado de Bolsonaro, embolsando R$ 54,6 mil. Ele também esteve três vezes nos Estados Unidos (Nova York, Miami e Los Angeles) e viajou com a comitiva presidencial para Moscou (Rússia) e Londres (Inglaterra), recebendo mais R$ 5,9 mil. No Portal da Transparência, há mais R$ 3,7 mil em diárias de uma viagem para Belém (Pará), já pelo Exército, após sua dispensa da Presidência. Em janeiro de 2019, início do mandato de Bolsonaro, Cid recebeu em seu primeiro salário como ajudante de ordens o valor bruto de R$ 19,5 mil, sem incluir férias, gratificações natalinas e verbas indenizatórias. Ao longo dos quatro anos seguintes o salário sofreu ao menos seis reajustes, terminando 2022 em R$ 26,2 mil. Um aumento de 25% em relação ao pagamento no início da função. Já na remuneração civil, o valor mensal depositado foi bem mais baixo, de R$ 1,7 mil ao longo dos quatro anos.
Do total de R$1,4 milhão que recebeu como ajudante de ordens, R$ 858,3 mil entraram líquido em sua conta como salário, além de R$ 47,8 mil em verbas indenizatórias. A ajudância de ordens faz parte do Gabinete Pessoal do Presidente da República, e entre suas as atribuições está assistir direta e imediatamente o presidente no desempenho de suas funções, como assessorar na elaboração e coordenação de agendas e exercer atividades de secretariado particular. Cid era considerado o braço direito de Bolsonaro nos afazeres diários do presidente. Era ele quem costumava fazer a interlocução entre o presidente e o restante da equipe presidencial, tendo acesso até ao aparelho telefônico pessoal de Bolsonaro. Por vezes, chegou a atuar cinegrafista, usando o celular, enquanto o presidente falava com apoiadores do lado de fora do Palácio da Alvorada.
Fonte: Jovem Pan News
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