O advogado Cristiano Zanin enfrenta na quarta-feira, 20, sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar a vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-advogado do petista intensificou nas últimas semanas a aproximação com membros da Casa Alta e líderes partidárias, em uma tentativa de angariar apoio ao seu nome e, com isso, consolidar ao menos 41 votos favoráveis à sua indicação a Corte. O chamado “beija-mão” de Zanin surtiu efeito e partidos como MDB e PSD, darão apoio majoritário ao advogado. Na saga pelos corredores do Senado, Cristiano também conquistou votos de opositores ao governo Lula, como dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Carlos Portinho (PL-RJ), que defendem a indicação como “prerrogativa do presidente”.
Apesar do sucesso na peregrinação pela Casa Alta, ao menos nove parlamentar já anteciparam que votarão contra a indicação de Zanin. São eles: Rogério Marinho (PL-RN), líder oposicionista no Senado, Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE), Cleitinho (PSC-MG), Marcos do Val (Podemos-ES), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Sergio Moro (União Brasil-PR), Damares Alves (Republicanos-DF) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS). O principal argumento para o voto contrário é o princípio da impessoalidade. Na visão dos senadores, por ser ex-advogado do presidente Lula, a indicação de Cristiano Zanin viola o princípio. “Acredito que a indicação do Dr. Zanin fere o princípio constitucional da impessoalidade e, portanto, não posso aceitá-la”, disse a senadora em comunicado publicado nas redes sociais. O senador Marcos do Val, por sua vez, antecipou que gostaria de questionar o indicado sobre a absolvição de Lula nos processos relacionados à Operação Lava Jato.
“Se ele responder que não, morre mais uma narrativa da esquerda. Se ele responder que sim, deixará claro que ele não tem notório saber jurídico e ainda, quebra princípio da impessoalidade”, escreveu o parlamentar no Twitter, antes de ter a conta suspensa por decisão judicial. Já Eduardo Girão defendeu que a indicação cabe ao presidente, mas a validação é prerrogativa do Senado. “A tendência é passar fácil, mas a direita não pode votar [favorável]. Não estou entendendo isso de algumas pessoas do PL, com todo respeito quem pensa diferente, dizer que é prerrogativa do presidente da República indicar. É prerrogativa do Senado barrar. Nada contra o Zanin, não o conheço. Me parece até uma pessoa educada, bom advogado mas fere o princípio da impessoalidade. Dá conflito de interesse”, afirmou em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan News. O mínimo para aprovação em plenário é apoio de 41 senadores. Caso autorizada, a posse no STF está prevista para agosto.
Fonte: Jovem Pan News
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