O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, de se comunicar com o ex-presidente e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de outros investigados. A restrição também atinge a esposa do militar, Gabriela Cid, e outros ex-ajudantes de ordens que são alvos da Corte. Segundo o magistrado, a decisão foi tomada após a análise de dados encontrados no celular de Cid. “A análise dos dados armazenados no telefone celular aprendido em poder de Mauro Cesar Barbosa Cid revelou indícios de que houve desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, sendo revelados novos fatos e agentes envolvidos”, diz um trecho do despacho.
“Evidentemente, neste caso, a incomunicabilidade entre os investigados alvos das medidas é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e realização da oitiva de todos os agentes envolvidos”, justifica o ministro do Supremo. Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid está preso por suspeita de envolvimento em um suposto esquema de fraude de cartões de vacinação de seus familiares e do ex-presidente da República. O militar prestou novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira, 25. Desta vez, Cid foi ouvido no âmbito do inquérito que apura a conduta de Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker da Vaza Jato”, contra sistemas da Justiça.
Em um relatório encaminhado ao STF, a Polícia Federal também afirma que foram identificados, nos aparelhos de Cid e sua esposa, Gabriela, “várias mensagens postadas em grupos e chats privados do aplicativo WhatsApp, em que os interlocutores, incluindo militares da ativa, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de estado após o pleito eleitoral de 2022, inclusive com financiamento aos atos ilícitos”. “Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, a atuação dos investigados, possivelmente, foi um dos elementos que contribuiu para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023”, acrescenta o documento.
Fonte: Jovem Pan News
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