Luciane Barbosa Farias, esposa de líder da facção, participou de reuniões no Ministério da Justiça
Assessores do ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, foram envolvidos em um encontro dentro do prédio do órgão com Luciane Barbosa Farias, conhecida como “dama do tráfico amazonense”. Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, também chamado de “Tio Patinhas”, um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. O caso veio à tona em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, 13.
Luciane participou de audiências com dois secretários e dois diretores do Ministério da Justiça em um intervalo de três meses. O encontro ocorreu em 19 de março, com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos de Flávio Dino, e em 2 de maio, com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Ela representava a Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), que, segundo o Estadão, é financiada com dinheiro do tráfico.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou a presença de Luciane na pasta, alegando que ela fazia parte de uma comitiva e que o setor de inteligência do órgão não teria como detectar previamente sua presença. O comunicado destaca que a ILA solicitou a audiência, sendo responsável por seus acompanhantes.
A revelação gerou reações imediatas. O deputado federal Kim Kataguiri protocolou um pedido de impeachment do ministro Flávio Dino, acusando-o de violação ao princípio republicano e à moralidade no exercício da administração pública. Kataguiri também solicitou a convocação de Dino para esclarecimentos na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
O deputado federal Sargento Gonçalves pediu a saída imediata de Flávio Dino do cargo, argumentando que a permanência dele se torna insustentável. Em resposta, o ministro negou participação e conhecimento prévio sobre a reunião, classificando a repercussão como resultado de “vil politicagem”.
Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, esclareceu que a audiência ocorreu no contexto de uma solicitação da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), na qual Luciane estava como acompanhante de uma advogada. Ele destacou que a pauta tratava de supostas irregularidades no sistema penitenciário, sem mencionar casos no Estado do Amazonas.
A Jovem Pan busca contato com a defesa de Luciane, mantendo o espaço aberto para manifestações adicionais.
Fonte: Jovem Pan News
Comentários