‘Futuro dos seus netos é falar inglês’, diz Eduardo em conversa com Bolsonaro sobre eleições de 2026

Jair Bolsonaro participa ao lado do filho, o deputado Eduardo Federal (PL-SP), da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) 2024, em Balneário Camboriú

Mensagens analisadas pela Polícia Federal revelam conversas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a respeito das eleições de 2026. Em tom irônico, Eduardo afirmou que os netos do ex-chefe do Executivo “vão falar inglês”, em referência ao fato de a família estar nos Estados Unidos desde o início deste ano.

O diálogo ocorreu no contexto de análises sobre cenários da corrida presidencial. Jair Bolsonaro compartilhou com o filho uma pesquisa que apontava derrota de Eduardo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na sequência, Eduardo questionou outras possibilidades de candidaturas com apoio do pai, mencionando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo a PF, Eduardo afirmou que Tarcísio “dialoga muito bem”, poderia “anistiar geral” e que o Supremo Tribunal Federal (STF) não seria “óbice” a uma candidatura do governador. Em resposta, Bolsonaro enviou dois áudios, que não puderam ser recuperados, além de uma reportagem sobre a possibilidade de Eduardo não disputar vaga ao Senado em 2026. O parlamentar negou ter conhecimento da informação e afirmou: “E não perco para o Lula, dá empate técnico. Há um ano da eleição”.

Dias depois, Eduardo perguntou se o pai estava na sede do Partido Liberal, em Brasília, e afirmou que uma pessoa identificada como “Anderson” passaria pelo local. Mais tarde, enviou uma mensagem alertando sobre a “narrativa de Tarcísio sucedendo” o ex-presidente, afirmando que seria preciso “segurar isso para nos mantermos vivos aqui”.

Para a Polícia Federal, a preocupação de Eduardo de que Tarcísio fosse escolhido como candidato demonstra receio de que essa possibilidade atrapalhe as atividades realizadas pela família nos Estados Unidos, ligadas à tentativa de “coagir e restringir” a atuação do STF. Em resposta, Jair Bolsonaro encaminhou outro áudio, também não recuperado pelos investigadores.

Fonte: Jovem Pan News

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