O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a reabertura do inquérito que apura uma suposta interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal durante seu governo. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo Gonet, a retomada da investigação é necessária para verificar se há relação entre o episódio e o chamado esquema da “Abin Paralela” — estrutura de inteligência paralela supostamente criada durante o governo Bolsonaro para monitorar adversários políticos.
O inquérito da Abin Paralela, concluído pela Polícia Federal no meio do ano, resultou no indiciamento de 35 pessoas, entre elas Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Embora Jair Bolsonaro não tenha sido indiciado, o relatório da PF aponta indícios de que ele teria atuado como líder da organização criminosa.
A investigação sobre a interferência na PF foi aberta em 2020, após a saída do então ministro da Justiça Sérgio Moro, que acusou Bolsonaro de tentar acessar investigações sigilosas e de intervir na corporação. O caso chegou a ser paralisado após o pedido de arquivamento apresentado pelo ex-procurador-geral Augusto Aras, mas o ministro Alexandre de Moraes manteve o inquérito em aberto, aguardando uma nova manifestação da PGR.
Agora, com o pedido de reabertura, a Polícia Federal deve realizar novas diligências para apurar se há provas que conectem os dois casos. Especialistas apontam, no entanto, que a retomada do processo deve observar os prazos e fundamentos legais. Segundo o advogado Luís Augusto Durso, “um inquérito só pode ser reaberto se surgirem novas provas que justifiquem essa decisão. Do contrário, o caso deve permanecer arquivado”.
A reanálise ocorre no momento em que Paulo Gonet está prestes a decidir se apresentará denúncia contra os investigados no esquema da Abin Paralela — e se Jair Bolsonaro será incluído entre os acusados.
Fonte: Jovem Pan News




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