Um dos presos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, morreu nesta segunda-feira, 20, enquanto tomava banho de sol na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram à notícia com críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao ministro Alexandre de Moraes. A defesa de Cunha havia solicitado sua liberdade provisória ao ministro, com parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República), mas ainda não havia despacho da Corte sobre o pedido. O detento respondia a uma ação penal por diversos crimes, incluindo associação criminosa armada e golpe de Estado. Moraes solicitou informações detalhadas sobre a morte do preso, entre elas uma cópia do prontuário médico e do relatório de atendimento recebido pelo detento durante sua custódia.
O senador Hamilton Mourão, ex-vice presidente, criticou o fato de Cleriston permanecer preso mesmo com o parecer favorável da PGR. Segundo Mourão, a morte do detento representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos” e pediu uma investigação minuciosa para esclarecer o ocorrido. O deputado federal Ubiratan Sanderson, presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, também questionou os motivos da morte e afirmou que alguém deve ser responsabilizado. A deputada federal Carla Zambelli informou que seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para apurar os fatos. Já o deputado Coronel Meira chamou o preso de “patriota” e afirmou que ele “pagou com a sua vida”. O deputado José Medeiros, por sua vez, considerou a morte de Cleriston uma “nódoa” para o ministro Alexandre de Moraes e afirmou que o detento não deveria estar preso.
O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol também destacou o parecer favorável da PGR à liberdade provisória de Cleriston e criticou a “injustiça absurda praticada pelo Supremo”. O detento era acompanhado por uma equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde sua prisão em janeiro e recebia medicamentos controlados para diabetes e hipertensão. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape), Cunha passou mal por volta das 10h, enquanto estava no pátio. O Corpo de Bombeiros foi chamado e duas viaturas entraram na unidade prisional às 10h18 para prestar socorro . Apesar das tentativas de reanimação cardiorrespiratória, ele não resistiu. O óbito foi declarado às 10h58.
Fonte: Jovem Pan News
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